A primeira leitura do PIB anualizado do segundo trimestre dos EUA registrou uma alta anualizada de 3,0%, acima das expectativas de 2,6%. O resultado mais forte vem após a queda de -0,5% no primeiro trimestre.

 Fonte: zerohedge
Fonte: Bloomberg

A queda no primeiro trimestre havia sido motivada pelo forte aumento das importações no período (que contribui negativamente com o PIB), em razão da antecipação da importação de produtos por diversas empresas antes das tarifas de importação entrarem em vigor. 

Sendo assim, a conta de importações havia impactado o PIB negativamente em 4,61 ponto percentual (p.p.).

Além disso, no primeiro trimestre havíamos observado um forte aumento nos estoques, também relacionado com a antecipação às tarifas. A conta de estoques havia contribuído o PIB positivamente em 2,59 p.p.

No segundo trimestre, por outro lado, vimos uma dinâmica inversa. As importações foram significativamente mais fracas no período, fazendo a conta de importações contribuir em 4,99 p.p. para o resultado do PIB. Os estoques, que reduziram, impactaram o PIB negativamente, em -3,17 p.p.

Também vale a pena olharmos para as vendas internas finais, que concentra em consumo e investimento privado.

As vendas internas finais registraram uma desaceleração de 1,9% no primeiro trimestre para 1,2% no segundo trimestre. Esse dado mostra como o PIB do primeiro tri não foi tão ruim, assim como mostra que o PIB do segundo tri não foi tão forte.

Fonte: Bureau of Economic Analysis

Vimos, portanto, dados ruidosos no PIB do primeiro semestre de 2025 nos EUA devido às tarifas de importação.

A nossa leitura, observando todos os dados, é que a economia americana segue resiliente, apesar do processo de desaceleração gradual. Uma recessão nos EUA não fez e não faz parte do nosso cenário.