PCE: Inflação dos EUA corrobora com corte de juros do Fed
Dado bom no qualitativo, com desaceleração dos preços de habitação de comportamento benigno nos preços de bens; mercado monitora corte de juros nos EUA em setembro
O índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE), considerado a principal medida de inflação pelo Federal Reserve (Fed), apresentou uma alta de +0,20% em julho, em linha com as expectativas.
O núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, apresentou uma alta de +0,27%, também em linha com o esperado.

No acumulado em 12 meses, o núcleo do PCE subiu de 2,77% para 2,88%.

No mês, o setor de serviços acelerou de 0,265% para 0,34%, o maior resultado desde fevereiro (+0,535%).
O maior destaque para essa aceleração de serviços veio da categoria de serviços financeiros, que acelerou de 0,49% para 1,68%, devido ao aumento dos preços em gestão de portfólio e consultoria de investimento.

Por outro lado, a inflação de habitação (que possui o maior peso no cálculo do PCE ao lado de assistência médica) desacelerou de 0,285% para 0,272%.

A inflação de habitação ainda acumula uma alta de 3,96% em 12 meses, mas vem desacelerando gradualmente, sendo crucial a continuidade desse movimento para o Fed alcançar a meta de inflação de 2%.

A categoria de assistência médica desacelerou de 0,42% para 0,20%.

Uma das grandes atenções atuais para a inflação americana é o impacto das tarifas de importação sobre os preços de bens.
No entanto, os preços de bens ficaram comportados. Bens duráveis passaram de uma alta de 0,47% para uma deflação de -0,11% em julho. Além disso, a inflação de bens não duráveis desacelerou de 0,31% para 0,11%.
Dessa forma, o PCE de julho foi um dado bom no qualitativo, em meio a desaceleração dos preços de habitação e do comportamento benigno dos preços de bens.
Com inflação desacelerando gradualmente e número de vagas mais baixo no mercado de trabalho, podemos ver o Federal Reserve cortando juros em setembro.