O governo federal anunciou uma nova modalidade de financiamento imobiliário com o objetivo de ampliar o acesso ao crédito habitacional, especialmente para atender famílias com renda mensal de R$ 12 mil a R$ 20 mil (acima da recém-criada faixa 4 do MCMV, que não receberá mudanças no momento).

O que muda com a nova linha de crédito do governo?

A medida, em vigor a partir desta segunda-feira (13 de outubro), prevê um aumento da parcela dos recursos da poupança destinada ao Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), que tem teto de juros em 12% a.a., abaixo do praticado no financiamento livre, que tem ficado acima de 13% a.a. atualmente. 

Os recursos para bancar a mudança virão da redução gradual do montante que é depositado como compulsório no Banco Central em aplicações na poupança (liberação imediata de R$ 37 bilhões e R$ 52 bilhões a mais no primeiro ano), que vem registrando saques recordes recentemente, prejudicando a expansão do crédito no segmento.

Teto maior favorece a compra de imóveis de até R$ 2,25 milhões

O teto do SFH será elevado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões e a Caixa Econômica Federal voltará a financiar até 80% do valor do imóvel (limite havia sido reduzido para 70% no fim de 2024).  

Mudanças nas regras do FGTS e do uso da poupança

Outra novidade relevante é a possibilidade de utilizar o FGTS em imóveis com valor de até R$ 2,25 milhões, ampliando o acesso ao benefício. O saldo pode ser usado como entrada, amortização do saldo devedor ou pagamento de parcelas.

Quanto à poupança, as regras de direcionamento dos depósitos também serão alteradas. Hoje, 65% dos recursos da poupança devem ser aplicados obrigatoriamente no crédito habitacional, mas esse percentual será gradualmente flexibilizado:

  • De 2025 a 2027: depósitos compulsórios no Banco Central cairão de 20% para 15%, liberando mais recursos para o crédito.
  • A partir de 2027: fim da obrigatoriedade de aplicação mínima; até 100% dos recursos da poupança poderão ser utilizados no financiamento imobiliário.

Quem pode se beneficiar com o novo financiamento imobiliário?

As novas condições são voltadas principalmente para famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil, público que até então encontrava dificuldades para acessar o crédito habitacional com juros regulados. Famílias com renda inferior continuam sendo atendidas pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

Impactos no setor e oportunidades para MRV (MRVE3) e Lavvi (LAVV3)

As notícias são positivas para MRV (MRVE3), que conseguirá atender um público maior com juros subsidiados pelo governo por meio de sua marca direcionada a média renda, a Sensia, e também para a Lavvi (LAVV3), que atua com foco na alta renda, principalmente por conta do aumento do teto do SFH e o aumento da parcela que pode ser financiada.

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