A receita líquida da Minerva (BEEF3) atingiu R$ 13,9 bilhões no 2T25, aumento de +82% na comparação anual, enquanto o Ebitda cresceu +75%, alcançando R$ 1,3 bilhão, com margem de 9,4% (-0,3 p.p.). Já o lucro líquido totalizou R$ 458 milhões no trimestre, um forte crescimento de +380% em relação ao mesmo período do ano passado. 

 Resultados Minerva no 2T25. Fonte: RI

Lucro cresce +380%

A receita líquida da Minerva cresceu +82% no último trimestre, puxada (i) pelo aumento de +40% no volume de vendas (tanto no mercado interno como no mercado externo); (ii) pelo preço médio de venda mais alto e (iii) por um dólar +9% acima do 2T24.

O Ebitda totalizou R$ 1,3 bilhão, crescimento de +75%. Apesar do aumento absoluto, a margem Ebitda caiu de 9,7% para 9,4%, ainda refletindo o impacto da integração e custos iniciais dos novos ativos adquiridos da Marfrig.

Já o lucro líquido atingiu R$ 458 milhões no 2T25 (maior nível trimestral da história da companhia), aumento expressivo de +380% e que foi impulsionado pela maior escala operacional e efeito positivo da variação cambial no resultado financeiro.

Alavancagem melhorando, mas ainda alta

No 2T25, a companhia registrou um fluxo de caixa operacional de R$ 320 milhões (vs. R$ 766 milhões no 2T24). Já o fluxo de caixa livre foi negativo em R$ -26 milhões (vs. R$ -514 milhões), com forte aumento na variação da necessidade de capital de giro.

Analisando a situação financeira do frigorífico, sua posição de caixa ficou em R$ 12,5 bilhões, enquanto sua dívida líquida totalizou R$ 14,2 bilhões.

Com isso, a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) atual da Minerva ficou 3,2x – redução de -0,5 p.p. em relação ao trimestre anterior, mas alta de +0,2 p.p. na comparação anual, em função das novas dívidas assumidas para comprar as plantas da Marfrig.

O que esperar da Minerva em 2025?

A Minerva entregou mais um trimestre de números operacionais e financeiros fortes e que, inclusive, superaram as expectativas do mercado. 

Ainda que sua geração de caixa livre siga pressionada (mas, mesmo assim, a empresa acumula mais de R$ 8 bilhões em FCF desde 2018), o frigorífico conseguiu apresentar forte expansão nas principais linhas de sua DRE e reduzir sua alavancagem (tri a tri). 

Mesmo com resultados melhores, a empresa segue com uma alavancagem que não permite retomar bons pagamentos de dividendos (sua política determina que distribua 50% de seu lucro líquido quando a alavancagem é igual ou inferior a 2,5x).

Além disso, vale destacar que a tese em Minerva depende da integração bem-sucedida dos ativos da Marfrig (MRFG3) e execução de suas próprias projeções.

Vale a pena comprar Minerva (BEEF3)?

Apesar do potencial de receita crescente após a aquisição das plantas da Marfrig na América do Sul (já possui 21% de market share), sua alavancagem e uma possível virada no ciclo do gado no Brasil podem impactar seus resultados futuros.

Após as altas no início do ano, vendemos nossa posição na carteira do Nord Small Caps e, no momento, não temos recomendação de compra para BEEF3.

Acesse nossa cobertura de resultados do 2T25 e esteja um passo à frente nessa temporada.