Ações da Microsoft caem após resultado sólido no trimestre fiscal
Microsoft supera expectativas no 1º tri fiscal de 2026, com alta no lucro e crescimento de 40% da Azure. Confira os destaques do 3T25
Na última quarta-feira, 29, após o fechamento dos mercados, a Microsoft (B3: MSFT34; Nasdaq: MSFT) apresentou os seus números do primeiro trimestre do ano fiscal de 2026 (encerrado em setembro). Apesar de ter superado as estimativas de lucro, no after-market de ontem, a queda foi da ordem de 3%.
Visão geral da Microsoft
A Microsoft Corporation é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, atuando em software, hardware, serviços em nuvem e soluções corporativas. Seu portfólio inclui produtos amplamente utilizados, como o Windows, o pacote Microsoft 365 (Office), os consoles Xbox, e plataformas de colaboração como o Teams.
Além disso, a empresa lidera o mercado de computação em nuvem com o Azure, que oferece infraestrutura, inteligência artificial e serviços corporativos para empresas de todos os tamanhos.
A Microsoft monetiza de forma diversificada, combinando licenças de software, assinaturas, vendas de hardware, serviços em nuvem e publicidade digital. As receitas recorrentes por assinatura — como Office 365, Azure e Game Pass — fortalecem sua previsibilidade e expansão global, enquanto soluções corporativas e de segurança digital impulsionam a demanda de longo prazo.
Com forte foco em inovação, inteligência artificial e serviços na nuvem, a Microsoft se posiciona como um player estratégico para o futuro da tecnologia, integrando plataformas, dados e produtividade para usuários domésticos, empresas e governos ao redor do mundo.

A Microsoft possui, assim como outras tantas empresas americanas, um calendário fiscal diferente do calendário normal. Com isso, o ano fiscal da companhia começa no que seria o terceiro trimestre (3T) do calendário normal.
Resultados financeiros do 1T26
Para os resultados do 1T26, a Microsoft apresentou:

A companhia superou as expectativas do mercado em praticamente todas as linhas. As receitas da companhia para o 1T26 foram de US$ 77,7 bi, um crescimento de +18% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado superou as estimativas do mercado, que esperava receitas de US$ 75 bi. Já a margem bruta foi de 69% contra a expectativa de 68%.
Impressionante que mesmo com um volume enorme de investimentos em infraestrutura para IA, a companhia conseguiu melhorar ainda mais as suas margens. O lucro operacional foi de US$ 38 bi, um crescimento de 24% ante o 1T25. Já o lucro líquido ajustado da empresa foi de US$ 30,8 bi, um crescimento de +22%.
Por fim, o lucro por ação superou a expectativa, chegando a Us$ 4,13 por ação, contra a expectativa de US$ 3,67.
Desempenho da Azure e da Inteligência Artificial
A Microsoft mais uma vez teve seu crescimento impulsionado pelo Copilot e o crescimento da Azure. O impacto que ambos tiveram no resultado fica nítido ao vermos que a linha de “Productivity and business processes” cresceu +17%, enquanto a linha de Intelligent Cloud cresceu +28%.
Dentro da Intelligent Cloud, o Azure — principal linha de crescimento ligada a AI — teve um crescimento de +40% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A Microsoft segue colhendo frutos diante dos investimentos que vêm sendo feitos em infraestrutura de nuvem para computação e data centers.
Expectativas para os próximos trimestres

Apesar de um resultado extremamente sólido, batendo as expectativas em todas as frentes praticamente, as ações da empresa caíram no dia seguinte à divulgação de resultados.
A queda se deu pela perspectiva de crescimento que a empresa deu para o Azure no 2T26. A empresa indicou que o crescimento deve ser de 37%, enquanto o mercado esperava novamente um crescimento de +39/40%.
Apesar do crescimento no próximo trimestre ser menor que o desse, está longe de ser um crescimento moderado. +37% ainda é bem relevante. A empresa deixou bem claro que hoje, o maior desafio é capacidade para atender a toda demanda. Por isso, eles seguem investindo na construção de Data Centers.
O management da empresa indicou que a capacidade de Data Centers deve dobrar ao longo dos próximos dois anos, já enxergando um crescimento de reservas de +111% sem incluir o novo acordo de US$ 250 bilhões da Open AI.
Com isso, para quem segue enxergando a Microsoft como um dos principais nomes dentro dessa corrida por AI, a tese parece continuar forte.
Vale a pena investir nas ações da Microsoft?
Em nossa avaliação, a Microsoft está entre as melhores — senão a principal — empresa do mundo atualmente. Consideramos mais difícil argumentar contra do que a favor da companhia.
Apesar disso, por conta das restrições de capacidade que a Microsoft possui, enxergamos que a empresa deve ter uma desaceleração no crescimento do Azure nos próximos trimestres.
Dessa forma, preferimos acompanhar de perto e aguardar uma oportunidade do mercado.
 

