Meta aposta bilhões em IA e compra Scale AI: entenda a estratégia
A Meta investiu quase US$ 14,8 bi na Scale AI e formou um super time de IA. Descubra o que está por trás da corrida pela AGI
A Meta, dona do Facebook, juntou os Vingadores e a Liga da Justiça para formar o mais bem pago time de inteligência artificial do mundo.
Todos sabemos que ser um diretor ou um executivo de uma grande empresa é um baita privilégio em termos de carreira e também de remuneração — especialmente quando falamos de uma das maiores empresas do planeta, que é o caso da Meta.
Também sabemos que uma carreira como jogador de futebol não só pode levar à famosa “glória eterna”, como também a valores astronômicos, especialmente quando tratamos de mercado de transferência dentro das principais ligas do planeta.
A Meta resolveu juntar ambos os conceitos. Transformou o mercado de executivos de inteligência artificial em um verdadeiro mercado da bola. A empresa vem gastando milhões/bilhões para angariar as principais mentes dessa indústria.
A questão que fica para o investidor é: vai valer a pena ter gastado o equivalente a uma contratação do Cristiano Ronaldo?
A compra da Scale AI: o que está em jogo?
No começo de junho, a Meta anunciou a compra de 49% da Scale AI por US$ 14,8 bilhões. A Scale, fundada por Alexander Wang, em 2024, havia sido avaliada em um valor de US$ 14 bi — isso a empresa inteira (100%). Ou seja, a Meta resolveu pagar quase tudo isso por uma participação de 49% no negócio. Mas a condição foi trazer o CEO da Scale para liderar o novo Meta AI Labs.

Esse foi o maior investimento externo da empresa em inteligência artificial, ilustrando a importância e a necessidade de acesso a dados e de capacidade analítica na geração e treinamento dos modelos de última geração.
No caso da Meta, a aquisição é crucial para manter a companhia competitiva após ter ficado para trás de competidores como OpenAI, Anthropic e Alphabet no que diz respeito à capacidade dos modelos.
A Scale traz aos modelos da Meta — Llama 4 — justamente essas valências. Mas, além disso, foi o começo de uma série de “contratações” que a empresa fez de forma indireta (e posteriormente direta) de profissionais altamente qualificados dentro dessa emergente área da tecnologia.
Contratações milionárias: a estratégia da Meta
Você já se perguntou o que aconteceria com o seu time de futebol caso um bilionário saudita aparecesse e começasse a fazer investimentos da mesma forma que são feitos em clubes como o PSG ou o Manchester City?
Poder trazer grandes craques, futuras promessas, cometer erros sem ter que se preocupar com a torneira ficando seca. Mark Zuckerberg deve estar se sentindo assim agora.
A compra da Scale deu início a um verdadeiro pacotão de reforços que o Zuck vem trazendo para a Meta. Dia sim, dia também, surge a notícia de que algum executivo da OpenAI, da Apple etc, está se juntando à Meta com um pacote de remuneração que deixaria até jogadores de futebol no chinelo.

A Meta vem oferecendo pacotes de remuneração milionários para angariar algumas das principais mentes por trás dos maiores e melhores modelos de inteligência artificial. Essa estratégia de gastança tem sido bem-sucedida para trazer os executivos.
Mas o grande receio é de que isso gere um gasto bilionário para a empresa, além de acabar não gerando frutos para os investidores (lucros).
O preço para chegar à AGI
O questionamento a respeito dos retornos que serão gerados pelos altíssimos investimentos no desenvolvimento dessa tecnologia não é exclusivo à Meta. É uma das principais pautas entre as preocupações do mercado com todas as grandes empresas de tecnologia que estão gastando bilhões de dólares nessa nova indústria.
O fato é que, ao que tudo indica, as companhias já entenderam que, além de terem a necessidade de ter a capacidade computacional para que os usuários tenham acesso aos serviços e produtos, elas também estão em uma corrida entre si para ver qual será a primeira a chegar à AGI — Artificial General Intelligence.
O retorno de chegar primeiro à AGI é imensurável. A melhor analogia que vi para explicar essa diferença é “como jogar um jogo de futebol com o time do Bayern de Munique contra o Flamengo (sub-11)”. Mas é um cenário que lembra muito os anos iniciais da indústria de nuvem e softwares na nuvem.

Nos anos iniciais, as empresas estão dispostas a fazer investimentos gigantescos para colher os frutos no futuro. Ainda estamos apenas no terceiro ano da inteligência artificial. O melhor ainda está por vir.
Vale a pena para os investidores?
Com a seleção que a Meta vem formando, acreditamos que ela segue sendo uma das fortes candidatas a estar na vanguarda da maior onda de desenvolvimento do século. Por isso, não tem como ficar de fora.