O Ibovespa encerrou o mês de setembro em alta de +3,4%, renovando suas máximas históricas diversas vezes ao longo do período.

Um dos eventos mais relevantes dos últimos trinta dias foi o corte de -0,25 p.p. nos juros americanos, realizado pelo Federal Reserve. O movimento abre caminho para que o Banco Central também inicie a redução da Selic por aqui, atualmente no patamar de 15% ao ano.

Nesse cenário, seguimos observando um movimento positivo, com investidores estrangeiros direcionando recursos para os mercados emergentes. Até mesmo os mais pessimistas em relação ao Brasil, como investidores institucionais, já começam a migrar parte do seu capital para o mercado doméstico.

Desempenho dos principais índices em setembro

Com os juros futuros voltando a cair no mês, todos os principais índices acionários fecharam o período subindo. O IBOV encerrou em alta de +3,4%, enquanto o IDIV subiu +2,8% e o SMLL, +1,6%.

 IBOV, IDIV, SMLL e Juros futuros em setembro/25. Fonte: Bloomberg

Das 84 ações que compõem o IBOV, 57 registraram alta no período, enquanto as outras 27 fecharam em baixa. 

O principal destaque positivo do mês foi a Magazine Luiza (MGLU3), com alta de +17,2%, enquanto a maior queda foi para as ações da Braskem (BRKM5), que caíram -29,9%.

As 5 ações que mais subiram em setembro

Veja a lista das cinco maiores altas do mês.

EmpresaTickerVar. (%)
Magazine LuizaMGLU3+17,2
EletrobrasELET3+16,7
EletrobrasELET6+16,2
CognaCOGN3+14,4
MinervaBEEF3+11,9

Maiores altas do Ibovespa em setembro. Fonte: Bloomberg

1. Magazine Luiza (MGLU3) +17,2%

No topo da lista das maiores altas de setembro estão as ações da Magazine Luiza, que registraram uma valorização de mais de +17%.

Sem dúvidas, as varejistas estão entre as principais empresas que podem se beneficiar da queda da Selic, cuja redução o mercado projeta estar próxima de acontecer. Nesse contexto, a Magalu já começa a precificar uma possível melhora no consumo, além da diminuição do peso da dívida em seu balanço.

Nossa recomendação: neutra.

2. Eletrobras (ELET3) +16,7% e 3. Eletrobras (ELET6) +16,2%

Com forte geração de caixa, a Eletrobras já começa a sinalizar seu potencial como uma boa distribuidora de dividendos no setor de utilidade pública. Além disso, tem atraído o interesse de investidores estrangeiros, que ainda direcionam recursos principalmente para empresas mais consolidadas em seus respectivos mercados de atuação.

Nossa recomendação: neutra.

4. Cogna (COGN3) +14,4%

Outra empresa que pode se beneficiar da queda da Selic e, possivelmente, de uma aceleração da economia é a Cogna, que atua com marcas de ensino à distância voltadas para famílias de menor renda.

Nossa recomendação: neutra.

5. Minerva (BEEF3) +11,9%

Por fim, a Minerva começa a se beneficiar dos melhores preços de exportação de carne bovina, inclusive para os EUA, além da redução nos custos de compra de gado, o que tem favorecido suas margens.

Nossa recomendação: neutra.

As 5 ações que mais caíram em setembro

Veja a lista das cinco maiores quedas do mês.

EmpresaTickerVar. (%)
BraskemBRKM5-29,9
VamosVAMO3-20,3
HapvidaHAPV3-14,1
Azzas 2154AZZA3-13,1
MBRFMBRF3-12,9

Maiores baixas do Ibovespa em setembro. Fonte: Bloomberg

1. Braskem (BRKM5) -29,9%

No topo da lista das maiores quedas do mês estão as ações da Braskem. 

Com uma alavancagem (dívida líquida/Ebitda) extremamente elevada, de 10,6x (consideramos saudável abaixo de 3,5x), a petroquímica segue pressionada na Bolsa brasileira, sobretudo após as agências de classificação de risco rebaixarem suas notas de crédito, indicando maior risco de calote nas dívidas

Nossa recomendação: neutra.

2. Vamos (VAMO3) -20,3%

Os juros elevados continuam pressionando o resultado financeiro da Vamos, o que tem impactado negativamente a última linha do balanço: o lucro líquido. Além disso, diante da pressão de outros fatores operacionais, a companhia revisou para baixo suas projeções para 2025.  

Nossa recomendação: compra.

3. Hapvida (HAPV3) -14,1%

Após fortes altas no período anterior, as ações da Hapvida registraram uma fase de correção em setembro, especialmente com o mercado projetando certa pressão sobre seus resultados na próxima divulgação do 3º trimestre de 2025 (3T25).

Nossa recomendação: neutra.

4. Azzas 2154 (AZZA3) -13,1%

Diversos rumores sobre uma crise de governança envolveram a Azzas 2154 (fusão entre Arezzo e Soma), incluindo notícias sobre desentendimentos entre os executivos Alexandre Birman e Roberto Jatahy. Quando tudo parecia resolvido no ambiente corporativo, foi anunciada a saída de Thiago Hering, então CEO da unidade de negócios Basic e membro da família Hering, trazendo ainda mais pressão sobre os papéis da companhia.

Nossa recomendação: neutra.

5. MBRF (MBRF3) -12,9%

O mercado mantém cautela em relação à fusão entre Marfrig e BRF (gerando a MBRF Global Foods), especialmente por se tratar de duas empresas de grande porte. O processo pode levar algum tempo até que fique definido qual cultura corporativa prevalecerá.

Nossa recomendação: neutra.