Ibovespa em novembro: MRV foi a ponta de lança
IBOV fecha novembro com alta de +6,4%, aos 159.072 pontos, acumulando no ano ganho de +32,3%; no mês, MRV lidera as altas, enquanto Hapvida, as baixas
O Ibovespa encerrou o mês de novembro em alta de +6,4%, acima dos 159 mil pontos, renovando suas máximas históricas e mantendo a tendência positiva ao longo do ano, impulsionada por bons resultados divulgados pelas empresas no 3T25 e pela expectativa de redução da taxa básica de juros da economia, a Selic.
Desempenho dos principais índices em novembro
Com os juros futuros em queda no mês, revertendo a tendência do início do período, todos os principais índices acionários fecharam o período subindo. O IBOV encerrou em alta de +6,4%, enquanto o SMLL subiu +6,0% e o IDIV, +5,3%.

Das 83 ações que compõem o IBOV, 66 registraram alta no período, enquanto as outras 17 fecharam em baixa.
O principal destaque positivo do mês foi a MRV (MRVE3), com alta de +23%, enquanto a maior queda foi para as ações da Hapvida (HAPV3), que caíram -54,9%.
As 5 ações que mais subiram em novembro
Veja a lista das cinco maiores altas do mês.
| Empresa | Ticker | Var. (%) |
| MRV | MRVE3 | +23,0 |
| Magazine Luiza | MGLU3 | +21,4 |
| Raia Drogasil | RADL3 | +20,1 |
| Vamos | VAMO3 | +18,2 |
| B3 | B3SA3 | +18,2 |
Maiores altas do Ibovespa em novembro. Fonte: Bloomberg
1. MRV (MRVE3) +23,0%;
No topo da lista das maiores altas de novembro estão as ações da MRV. Assim como outras construtoras, a companhia tem se beneficiado das expectativas de redução da taxa básica de juros (Selic) no país. Além disso, apresentou resultados acima do esperado no 3T25, com crescimento do lucro, melhora das margens, redução da alavancagem e avanços no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Nossa recomendação: compra.
2. Magazine Luiza (MGLU3) +21,4%
O setor de varejo e consumo é outro potencialmente beneficiado pela redução da Selic. Assim, com o mercado projetando cortes entre janeiro e março do próximo ano, pudemos observar uma aceleração nas ações da Magazine Luiza.
Nossa recomendação: neutra.
3. Raia Drogasil (RADL3) +20,1
Desde o mês de julho, quando as ações da varejista farmacêutica atingiram o fundo do poço, seus papéis vêm apresentando uma forte recuperação. No último mês, não foi diferente: o mercado reagiu positivamente aos resultados do 3T25, impulsionados pelo avanço nas vendas de medicamentos genéricos e de GLP-1, utilizados no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade.
Nossa recomendação: neutra.
4. Vamos (VAMO3) +18,2%
Mesmo com resultados mais fracos no último trimestre, a Vamos também se beneficia do alívio nos juros no Brasil, já que sua elevada alavancagem (dívida líquida/Ebitda) vem pressionando os resultados por conta das despesas financeiras.
Nossa recomendação: compra.
5. B3 (B3SA3) +18,2%
Com a Bolsa de Valores registrando recordes sucessivos, a B3 figurou entre as maiores altas do mês, uma vez que o aumento no volume de negociações impulsiona seus resultados.
Nossa recomendação: neutra.
As 5 ações que mais caíram em novembro
Veja a lista das cinco maiores quedas do mês.
| Empresa | Ticker | Var. (%) |
| Hapvida | HAPV3 | -54,9 |
| PetroReconcavo | RECV3 | -13,9 |
| Minerva | BEEF3 | -13,2 |
| Raízen | RAIZ4 | -11,6 |
| CSN | CSNA3 | -10,6 |
Maiores baixas do Ibovespa em novembro. Fonte: Bloomberg
1. Hapvida (HAPV3) -54,9%
No topo da lista das maiores quedas do mês estão as ações da Hapvida.
Em apenas um dia, as ações da Hapvida chegaram a cair mais de -42%, após a divulgação de resultados fracos no 3T25, marcados pelo aumento da sinistralidade, das despesas comerciais e dos custos administrativos, além de uma forte queima de caixa, indicando uma deterioração operacional que pode persistir em 2026, ainda mais com a concorrência agressiva em seu ambiente de negócios.
Nossa recomendação: evitar.
2. PetroReconcavo (RECV3) -13,9%
Uma combinação de fatores negativos impactou os resultados da petroleira júnior no trimestre, como a queda no preço médio do petróleo, a retração do dólar, a produção abaixo do esperado e o aumento do lifting cost (custos de extração). Ainda assim, vemos a companhia gerando caixa suficiente para manter sua situação financeira saudável e atravessar esse período de turbulência.
Nossa recomendação: compra.
3. Minerva (BEEF3) -13,2%
Mesmo com bons resultados divulgados e geração de caixa de R$ 2,5 bilhões, impulsionada pela venda de parte dos estoques de carne bovina nos EUA, a falta de expectativa quanto à recorrência desses bons números impactou as ações do frigorífico.
Nossa recomendação: neutra.
4. Raízen (RAIZ4) -11,6%
Com o nível de endividamento em patamares cada vez mais elevados, a agência de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito da produtora de etanol de Baa1 para Ba1, classificação que caracteriza um alto risco de inadimplência.
Nossa recomendação: evitar.
5. CSN (CSNA3) -10,6%
Após fortes altas no mês de outubro, impulsionadas pela expectativa em torno da ampliação de medidas antidumping, mecanismos de defesa comercial aplicados por um país para se proteger de produtos importados a preços excessivamente baixos, as ações da CSN operaram em ritmo de correção em novembro.
Nossa recomendação: neutra.

