Ibovespa em julho: varejistas derretem na Bolsa
IBOV fecha julho com baixa de -4,2%; Magalu lidera as perdas, enquanto GPA, as altas. Veja nossa análise
Como destaque no cenário doméstico no mês de julho, houve a ameaça do governo Trump de impor uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil. Apesar da mitigação parcial dos riscos, com a isenção de alguns produtos e setores, o ambiente de incertezas ainda persiste.
Além disso, o Banco Central manteve a taxa básica de juros da economia (Selic) no patamar de 15%, o que continua pressionando as empresas mais dependentes do ciclo econômico do país.
Desempenho dos principais índices em julho
Com os juros futuros voltando a subir no mês, todos os principais índices acionários fecharam o período caindo. O IBOV encerrou em baixa de -4,2%, enquanto o IDIV caiu -3,0% e o SMLL, -6,4%.

Das 85 ações que compõem o IBOV, 24 registraram alta no período, enquanto as outras 61 fecharam em baixa.
O principal destaque positivo do mês foi o GPA (PCAR3), com alta de +14,3%, enquanto a maior queda foi para as ações da Magazine Luiza (MGLU3), que caíram -28,3%.
As 5 ações que mais subiram em julho
Veja a lista das cinco maiores altas do mês.
Empresa | Ticker | Var. (%) |
GPA | PCAR3 | +14,3 |
Brava | BRAV3 | +13,5 |
Fleury | FLRY3 | +10,2 |
CSN | CSNA3 | +7,8 |
Usiminas | USIM5 | +6,3 |
Fonte: Bloomberg
1. GPA (PCAR3) +14,3%
No topo da lista das maiores altas de julho estão as ações do GPA, que registraram uma valorização de mais de +14%.
O movimento pode ser explicado pela decisão da família mineira Coelho Diniz de aumentar sua participação na rede de supermercados, alcançando a posição de segunda maior acionista, atrás apenas do grupo francês Casino. Vale destacar a ampla experiência da família, originária de Minas Gerais, no setor, com mais de 30 anos de atuação.
Nossa recomendação: neutra.
2. Brava (BRAV3) +13,5%
A Brava começou a apresentar sinais de estabilidade em sua produção, que vinha sofrendo fortes oscilações devido a problemas operacionais, mantendo-se acima do patamar de 80 mil barris por dia. Além disso, o preço do petróleo mostrou certa recuperação no período, após quedas nas semanas anteriores.
Nossa recomendação: compra.
3. Fleury (FLRY3) +10,2%
O interesse da Rede D’Or (RDOR3) em comprar a rede de laboratórios Fleury impulsionou as ações da companhia, que, em um único dia, subiram quase +15%. Além do possível prêmio que poderia ser recebido pelos acionistas do Fleury, as sinergias também poderiam impactar positivamente seus resultados.
Nossa recomendação: neutra.
4. CSN (CSNA3) +7,8% e 5. Usiminas (USIM5) +6,3%
No segmento de siderurgia, CSN e Usiminas ganharam tração após o minério de ferro apresentar recuperação ao longo do mês, passando de US$ 92 para US$ 99 por tonelada ao final do período, com negociações chegando a US$ 105 por tonelada em alguns dias.
Nossa recomendação: neutra.
As 5 ações que mais caíram em julho
Veja a lista das cinco maiores quedas do mês.
Empresa | Ticker | Var. (%) |
Magazine Luiza | MGLU3 | -28,3 |
Yduqs | YDUQ3 | -21,5 |
Azzas | AZZA3 | -17,0 |
Smart Fit | SMFT3 | -16,6 |
Lojas Renner | LREN3 | -16,4 |
Fonte: Bloomberg
1. Magazine Luiza (MGLU3) -28,3%
No topo da lista das maiores quedas do mês estão as ações da Magazine Luiza. Com a decisão do Copom de manter a Selic em 15% por mais tempo, setores mais cíclicos, como o varejo (que apresentou o pior desempenho no mês), acabam sendo mais penalizados na Bolsa brasileira, impactando empresas como a Magalu.
Nossa recomendação: neutra.
2. Yduqs (YDUQ3) -21,5%
Após uma valorização de mais de +100% no ano, as ações da Yduqs passaram a operar em ritmo de recuperação no último mês, impulsionadas também por reestruturações na governança de alto escalão da companhia.
Nossa recomendação: neutra.
3. Azzas (AZZA3) -17,0%
Com os números da prévia operacional do 2T25 abaixo das expectativas do mercado, a projeção é de que a varejista apresente margem bruta e Ebitda estáveis na próxima divulgação de resultados, mostrando sinais dos desafios enfrentados para a retomada da rentabilidade observada há alguns anos.
Nossa recomendação: neutra.
4. Smart Fit (SMFT3) -16,6%
A Smart Fit divulgou números mais fracos no México, e, assim, o mercado projeta resultados pressionados em suas operações internacionais na divulgação (2T25) marcada para o dia 7 de agosto.
Nossa recomendação: neutra.
5. Lojas Renner (LREN3) -16,4%
Por fim, como mais uma varejista figurando entre as maiores quedas do mês de julho, as ações da Lojas Renner corrigiram parte da valorização de mais de +60% acumulada ao longo do ano.
Nossa recomendação: compra.