Banco Master tem liquidação decretada: entenda riscos e como reaver seu dinheiro
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e o FGC assume os ressarcimentos. Entenda motivo, impacto e como agir se você investiu
O Banco Central (BC) decretou nesta terça-feira, 18, a liquidação extrajudicial de parte do conglomerado Master. Com a medida, todas as operações da instituição são encerradas, seus bens são administrados por um liquidante nomeado pelo BC e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) assume a responsabilidade por ressarcir os credores e investidores conforme os limites legais.
Essa decisão impacta diretamente quem possuía aplicações no banco, como CDBs, e gera diversas dúvidas sobre o futuro da instituição e o que os investidores devem fazer a partir de agora.
O que significa a liquidação extrajudicial do Banco Master
A liquidação extrajudicial é um procedimento adotado quando o Banco Central entende que não há viabilidade para a continuidade das atividades da instituição financeira. Com a liquidação, o banco deixa de operar normalmente e inicia-se um processo de encerramento organizado.
Segundo dados oficiais, o conglomerado tinha R$ 86,396 bilhões em ativos — o maior volume de recursos já envolvido em um processo de liquidação na história do sistema financeiro brasileiro.
Por que liquidar o Banco Master, mesmo havendo negociações de aquisição
Embora o Banco Master estivesse em negociações com investidores estrangeiros, incluindo um fundo árabe, e houvesse conversas para a venda de partes da empresa para o Banco de Brasília (BRB), o BC concluiu que não havia garantias suficientes de solvência e estabilidade.
Segundo informações publicadas na imprensa, algumas propostas de aquisição estavam condicionadas à exclusão de ativos problemáticos ou de baixa liquidez, o que sugere que a carteira do banco apresentava riscos que inviabilizavam uma reestruturação segura.
O que fazer se você tinha CDB ou outros investimentos no Banco Master
Para os investidores, especialmente aqueles que aplicaram em CDBs emitidos pelo Banco Master, a principal dúvida gira em torno do que fazer agora. Como os títulos perdem liquidez imediata com a liquidação do banco, muitas vezes não há mercado para vendê-los, ou se houver, o preço ofertado pode ser desvantajoso.
A alternativa mais segura é aguardar a liberação dos procedimentos do FGC. Esse fundo cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição, com limite global de R$ 1 milhão por período de quatro anos.
O processo do FGC se inicia com o decreto de liquidação pelo Banco Central do Brasil, momento em que o liquidante da instituição envia ao FGC a lista de credores e valores a serem ressarcidos. Certifique-se de que seus dados estejam atualizados.
Como fica a estrutura societária dos bancos Pleno, Will Bank e Master?
Com relação à estrutura societária, há dúvidas se outros bancos ligados ao Master serão afetados. O Will Bank, adquirido em 2024 pelo grupo Master, ainda fazia parte da estrutura da instituição, mas estava em finalização de negociações com a gestora Mubadala. Segundo a Folha de São Paulo, o Will Bank foi preservado devido ao interesse de investidores em adquirir o banco digital.
Já o antigo Banco Voiter, que pertencia ao grupo, foi vendido anteriormente, passou a se chamar Banco Pleno e saiu da estrutura do Master. Portanto, ele não deve ser afetado pela liquidação do banco original, já que a separação foi homologada e oficializada.
Quando e como será possível requerer ressarcimento ao FGC
Outro ponto que tem gerado apreensão é que, até o momento, o site do FGC ainda não disponibilizou a opção para requerer o reembolso referente ao Banco Master. Isso ocorre porque, após o decreto de liquidação, há um prazo para que o liquidante entregue a lista de credores e saldos ao FGC.
Normalmente, esse processo leva até 30 dias úteis. Assim que essa etapa for concluída, o FGC disponibilizará em seu site os canais para requerimento. O processo costuma envolver cadastro, validação de dados e assinatura de termo de sub-rogação. Após a aprovação, os valores são depositados em conta bancária indicada pelo credor.
Como os credores do Banco Master podem acionar o FGC?
Diante da liquidação extrajudicial do Banco Master, o processo para os clientes se protegerem e recuperarem valores via Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ocorre em duas etapas principais:
1. Etapa inicial — Cadastro antecipado:
O cliente já pode baixar o aplicativo oficial do FGC (disponível para Android e iOS) e realizar o cadastro prévio. Nesse momento, o usuário informa seus dados pessoais, valida a identidade e indica uma conta bancária de sua titularidade para receber o ressarcimento futuramente. Esse procedimento não garante ainda o pagamento imediato, mas antecipa etapas e evita atrasos mais adiante.
2. Etapa posterior — Liberação da solicitação:
Depois que o liquidante do Banco Master entregar ao FGC a relação oficial de credores e valores reconhecidos, o fundo irá habilitar a fase de solicitação efetiva dos valores. Só então será possível formalizar o pedido de pagamento. O cliente receberá a notificação, assinará o termo de sub-rogação (quando necessário) e o FGC realizará o depósito na conta indicada.

