O conflito entre Israel e Irã entrou nesta segunda-feira, 23, no décimo primeiro dia, sem sinais de desaceleração — muito pelo contrário.

No último sábado, 21, os Estados Unidos entraram na guerra, ao lado de Israel, lançando um ataque a três instalações nucleares no Irã (Fordow, Natanz e Isfahan). 

A ação americana ampliou o confronto, trazendo ainda mais instabilidade para o Oriente Médio — e com possíveis impactos na economia global, sobretudo com relação ao Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais estratégicas do planeta. 

Conflito entre Israel e Irã: o que está em jogo no Oriente Médio?

  • Uma semana após o início do conflito no Oriente Médio, Donald Trump anunciou, na noite de sábado, 21, um ataque contra três instalações iranianas, com o objetivo de interromper o programa nuclear do país asiático.
  • A entrada dos EUA gerou temores de retaliações severas por parte do Irã e até mesmo de um possível fechamento do Estreito de Ormuz.
  • A escalada das tensões na região gerou impactos diretos e imediatos nos ativos do mercado global, com o preço do barril de petróleo subindo acima de US$ 80 e o bitcoin caindo abaixo de US$ 100 mil.

O ataque dos EUA ao Irã: operação Martelo da Meia-Noite

Na noite de sábado, 21, o presidente americano Donald Trump anunciou a entrada dos Estados Unidos no conflito no Oriente Médio, com ataques contra três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan.

 Pronunciamento de Donald Trump sobre o ataque ao Irã. Fonte: X

A operação, chamada de “Martelo da Meia-Noite”, foi considerada bem-sucedida pelo país, que utilizou 125 aeronaves militares, mísseis de alta precisão, um submarino e bombas projetadas para destruir áreas subterrâneas.

A entrada dos EUA é mais um capítulo na guerra entre Israel x Irã, gerando diversos questionamentos da comunidade internacional sobre os próximos passos do conflito (alguns até mencionando a possibilidade de uma 3ª guerra mundial).

Possível retaliação iraniana e o papel do Estreito de Ormuz

O Irã, que já havia sofrido baixas relevantes em sua liderança após ataques de Israel, afirmou que a operação americana foi uma “violação bárbara” e que precisa de respostas.

Entre as possíveis respostas, estão uma possível retaliação do Irã aos EUA e a Israel (estima-se que o país ainda possua metade de seu estoque original de aproximadamente 3 mil mísseis) e o fechamento do Estreito de Ormuz. 

Essa última opção, inclusive, é uma das principais alavancas do Irã, tendo em vista que a via marítima é responsável por escoar cerca de 20% da produção mundial de petróleo e 20% do comércio global de gás natural.

 Mapa com localização do Estreito de Ormuz. Fonte: Metrópoles

Além do impacto direto e imediato no preço do petróleo, o fechamento do estreito também poderia acarretar um aumento considerável nos custos de frete marítimo e seguros, afetando diretamente cadeias de logística global.

Embora existam oleodutos alternativos para escoamento do petróleo do Golfo Pérsico, sua capacidade cobre apenas cerca de um quarto do volume transportado normalmente por Ormuz, o que é insuficiente para compensar uma paralisação total.

Petróleo sobe para US$ 80

A intenção de fechar o canal fez com que o preço do barril de petróleo subisse cerca de +5% no início da sessão de ontem, chegando a atingir US$ 80.

Contudo, apesar do ataque americano, as tensões foram sendo dissipadas ao longo do final de semana, ao passo que um possível fechamento do Estreito de Ormuz não afetaria somente os EUA, como também os aliados do próprio Irã. 

Dessa forma, com uma menor probabilidade de interferência na rota marítima, o Brent voltou a recuar e era cotado a cerca de US$ 78 na noite de domingo, 22. 

 Preço do barril de petróleo (Brent) após ataque dos EUA. Fonte: Bloomberg

Apesar do recuo, o preço do petróleo segue acumulando forte alta de +23% em junho, tendo sido intensificada após os primeiros ataques de Israel. 

 Preço do barril de petróleo (Brent) em junho. Fonte: Bloomberg

Com a rápida ascensão da commodity e incertezas quanto ao conflito, alguns analistas já começaram a projetar que o preço do barril de petróleo poderá atingir valores (bem) superiores ao atual, podendo operar entre US$ 100 e US$ 150.

Bitcoin cai abaixo de US$ 100 mil

Além do impacto imediato no preço do petróleo, a instabilidade global também afetou a cotação do bitcoin no final de semana, que chegou a ser negociado por US$ 99 mil, mas que também se recuperou e agora é cotado acima de US$ 101 mil. 

 Cotação do bitcoin na sessão de domingo, 22. Fonte: Investig.com

Além da recuperação do preço da criptomoeda, os contratos futuros indicam que os índices americanos deverão abrir o pregão desta segunda-feira, em leve alta (o que também pode influenciar positivamente a Bolsa brasileira no dia). 

O que muda para o investidor?

Apesar de o mercado ter amenizado o movimento dos EUA e as possíveis respostas do Irã, a tendência é que os ativos globais permaneçam voláteis nos próximos dias.

O preço do petróleo em patamares elevados pode impulsionar os resultados e ações de petroleiras como PRIO (PRIO3), PetroReconcavo (RECV3) e Brava (BRAV3). Porém, em caso de novos capítulos do conflito, Bolsas e moedas pelo mundo poderão reagir negativamente.

Vale lembrar que a escalada no preço do petróleo pode aumentar a pressão inflacionária global, levando bancos centrais a adotarem medidas mais rígidas de política monetária. 

Conclusão: crise ou oportunidade?

Diante de um ambiente complexo e incerto com o conflito Israel-Irã, investidores avaliam alternativas para proteger seu patrimônio. Seria o momento de buscar refúgio em ativos considerados mais seguros, como renda fixa, dólar ou ouro

Ou, ao contrário, esse cenário adverso pode representar oportunidades em commodities, exportadoras e outros ativos que se beneficiam das incertezas atuais?

Momentos de crise, como o que atravessamos, não precisam ser encarados, necessariamente, como sinônimo de pessimismo ou retração. Investidores experientes identificam nesses períodos oportunidades para adquirir ativos de qualidade a preços mais acessíveis.

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