Você compraria um carro zero, novíssimo, e sairia dirigindo sem freios, sem painel e sem seguro? Por mais potente e bonito que fosse, seria uma imprudência. E, no entanto, é exatamente assim que muitas consultorias de investimentos têm sido lançadas no Brasil: com boas intenções, mas sem os instrumentos essenciais para garantir segurança, controle e direção.

Com o avanço do modelo fee-based e a migração para uma relação mais transparente com o cliente, a exigência por estrutura profissional, tecnologia e curadoria de research deixou de ser um diferencial e passou a ser um pré-requisito.

Hoje, vou mostrar (com dados) por que a infraestrutura deixou de ser um diferencial e passou a ser o mínimo necessário para competir. 

O avanço das consultorias independentes no Brasil

O mercado brasileiro de investimentos está atravessando um dos períodos mais marcantes de sua história. 

Durante décadas, a concentração bancária moldou a forma como os brasileiros acessavam produtos financeiros: agências físicas, pouca transparência na precificação e modelos de remuneração baseados em comissões escondidas. 

Essa realidade, no entanto, está mudando — e em ritmo acelerado.

A evolução pode ser medida em números. Nos últimos cinco anos, o número de consultorias CVM registradas saltou de 100 em 2018 para 450 em 2023, um crescimento de 450%. E esse é apenas o começo: em pouco mais de uma década, a expectativa é que tenhamos mais de 1.000 consultorias PJ operando no país. 

Paralelamente, o modelo antigo perde espaço: só entre 2012 e 2024, o número de agências bancárias despencou, mostrando a rápida migração do investidor para canais mais modernos, digitalizados e especializados. Somado a isso, o número de escritórios de assessoria de investimentos cresce em um ritmo bem inferior, reforçando essa tendência.

Esse crescimento não é apenas quantitativo, mas também qualitativo. O avanço da RCVM 19 abriu as portas para uma nova geração de consultorias independentes, enquanto mudanças comportamentais e regulatórias empurram o setor para modelos mais transparentes. 

A migração para o modelo fee-based e o desafio da escala

Hoje, já vemos uma clara migração para o fee-based, modelo em que o cliente paga diretamente pela consultoria, de forma alinhada e sustentável. Embora apenas 10% das assessorias já adotem esse modelo de forma consistente, 92% dos que o utilizam pretendem ampliar sua participação nos próximos 5 anos, evidenciando uma tendência irreversível.

Quando olhamos para fora, essa transição fica ainda mais evidente. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 60% do patrimônio é administrado por RIAs (Registered Investment Advisors) atuando no modelo fee-only, contra menos de 10% em bancos tradicionais. 

Brasil ainda engatinha, mas a oportunidade para consultorias estruturadas é gigantesca

No Brasil, por outro lado, ainda engatinhamos: temos apenas cerca de 2 mil consultores para atender 350 mil investidores com mais de US$ 1 milhão. Para comparar, os EUA contam com 330 mil financial advisors para 7 milhões de investidores desse perfil. A lacuna é imensa — e, justamente por isso, a oportunidade é gigantesca.

Estamos vivendo um “despertar” da consultoria no Brasil. A demanda por serviços independentes cresce, os clientes estão mais conscientes e o setor amadurece rapidamente. 

Mas esse boom também traz um alerta: o crescimento quantitativo precisa vir acompanhado de salto qualitativo. De nada adianta termos mais consultores se a entrega não for sustentada por processos, governança, tecnologia e inteligência de portfólio.

O problema das consultorias sem estrutura

Que o modelo de consultoria CVM está em plena expansão e atrai cada vez mais profissionais, está claro. 

Mas esse movimento ainda carrega um problema estrutural: a maioria das operações nasce sem os instrumentos necessários para sustentar crescimento, eficiência e credibilidade.

  • Migração para o modelo fee: a primeira mudança estrutural é a saída do modelo comissionado para o fee. Esse movimento, já consolidado em economias desenvolvidas, garante transparência e alinhamento, mas também eleva o nível de exigência. Se o cliente paga diretamente pelo serviço, espera padrão internacional de governança, processos e entrega de valor. Sem uma base sólida, a consultoria não consegue corresponder.
  • Atendimento em múltiplas plataformas: o cliente atual não aceita estar preso a uma única corretora ou custodiante. Ele quer liberdade, consolidação de posições e visão completa do seu patrimônio. Isso significa que a consultoria precisa estar preparada para integrar dados de diferentes ambientes, com tecnologia plug-and-play, automação e consistência no atendimento. Quem não resolve esse ponto rapidamente perde eficiência e credibilidade.
  • Processos de alocação e portfólio: outro desafio central é estruturar a escolha de portfólios em um mercado repleto de classes de ativos. Sem curadoria independente, comitês de investimento e metodologias claras, a alocação vira improviso. E o improviso não escala — mina a consistência da entrega e compromete a experiência do cliente.

Globalmente, já está claro que o sucesso não nasce de boas intenções isoladas. As consultorias que realmente crescem e defendem margens são justamente aquelas que investem em plataformas robustas, governança profissional e capacitação contínua dos seus bankers. Não é custo, é alavanca: o que garante eficiência, escala e relevância.

No Brasil, poucas chegaram nesse patamar. E a consequência é dura: quem atrasa nesse movimento perde produtividade, vê sua participação na carteira encolher e corre o risco de se tornar irrelevante na vida do cliente. 

Em um setor cada vez mais competitivo, a tecnologia deixou de ser acessório — é um alicerce essencial para sustentar qualquer proposta de valor.

A proposta da Nord Wealth: plataforma pronta para escalar

Na Nord, acreditamos que empreender no setor de consultoria não precisa ser um salto no escuro. Ao longo dos últimos anos, desenvolvemos uma plataforma que nos levou a ultrapassar R$ 8,5 bilhões sob consultoria, resultado direto de investimentos consistentes em tecnologia, governança e formação de bankers

Agora, essa infraestrutura, que sustentou nosso próprio crescimento, está disponível no modelo B2B. Isso significa que outros consultores podem acessar uma base já testada, validada e, mais importante, pronta para operar com segurança e eficiência desde o primeiro dia.

O que oferecemos vai muito além de um suporte pontual. É um ecossistema completo de infraestrutura, que integra:

Esse caminho — o mesmo que percorremos para escalar a Nord Wealth — está detalhado no curso Next Advisor. Mais do que aulas, ele apresenta a metodologia real que nos trouxe até aqui: dos processos de compliance às soluções de automação que hoje nos diferenciam no mercado.

Se você está considerando dar esse passo, saiba: o momento de se posicionar é agora. Em um setor onde a credibilidade e a estrutura fazem toda a diferença, quem se antecipa conquista espaço — e quem demora corre o risco de ficar para trás.

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