Se você acompanha o mercado financeiro, sabe que os Estados Unidos estão sempre no centro das atenções. 

Ontem, 10 de setembro de 2025, saiu um dado importante sobre a economia americana que animou muita gente: o Índice de Preços ao Produtor, ou PPI, na sigla em inglês, veio bem mais baixo do que o esperado.

Diferentemente do mês passado, quando o número subiu mais do que todos previam e me deixou muito nervosa com a possibilidade de retorno da inflação, dessa vez foi uma surpresa positiva.

Isso aumentou as apostas de que o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), pode cortar os juros em breve. 

Com juros mais baixos, o dólar tende a perder valor, o que é ótimo para as Bolsas de Valores e para quem investe em ações (nós, por exemplo!).

Além disso, esse movimento ajuda a aliviar um problema que tem sido falado à beça ultimamente: a dívida pública enorme dos EUA, que fica menos pesada de pagar quando os juros caem.

Os EUA estão em uma fase de recuperação depois da pandemia, mas com desafios como guerras comerciais e tarifas altas. Ontem, o mercado reagiu bem, com as Bolsas subindo e o dólar dando uma fraquejada.

Alívio nos mercados com queda do PPI nos EUA

O PPI é basicamente um medidor de quanto os preços estão subindo lá no começo da cadeia de produção — ou seja, o que as fábricas e produtores pagam por matérias-primas antes de elas chegarem às prateleiras das lojas. Não é algo que a gente sente no bolso todo dia, mas é um sinal precoce de inflação. 

Em julho, o dado veio forte, subindo mais do que o previsto, o que preocupou os investidores. Muita gente pensou: "Ih, a inflação vai voltar a assombrar, e o Fed vai ter que manter os juros altos para controlar isso". Foi um baque, porque juros altos esfriam a economia e podem machucar as Bolsas.

Mas ontem, o PPI de agosto inverteu o jogo: caiu 0,1% no mês, contra uma expectativa de alta de 0,3%. No ano, subiu só 2,6%, bem menos que os 3,3% que os analistas esperavam. Foi como se o mercado respirasse aliviado – "Ufa, a inflação não está tão brava assim". 

Setores como transporte e energia ajudaram nessa queda, com custos menores que não foram repassados adiante. Para o investidor comum, isso significa que as empresas podem manter preços mais estáveis, o que é bom para o consumo e para o crescimento econômico sem tanto medo de hiperinflação.

Essa virada veio na hora certa, porque o mercado estava tenso com revisões para baixo em outros dados, como empregos. Agora, o foco estará no CPI, que sai nesta quinta-feira, 11 de setembro, mas o PPI já deu o tom positivo.

Queda da inflação reacende cortes de juros pelo Fed

Com o PPI fraco, as chances de o Fed cortar os juros na reunião da semana que vem dispararam. Traders estão apostando quase 100% em uma redução de pelo menos 0,25%, e alguns falam até em 0,50% se os dados continuarem assim. 

O chefe do Fed, Jerome Powell, já vinha dizendo que quer equilibrar emprego e inflação, e isso dá mais espaço para ele agir. O presidente Trump, como sempre, tuitou na hora: "Inflação caindo! Corte os juros agora para fazer a América crescer mais!"

Como a dívida pública americana entra nessa equação

Mas vamos falar de um ponto que tem sido hit entre os investidores ultimamente: a dívida pública dos EUA. 

Ela está batendo recordes, acima de US$ 35 trilhões — um número que assusta qualquer um. Recentemente, muita gente comentava que, com juros altos, o custo para pagar essa dívida explode. O governo americano gasta bilhões só em juros todo ano, mais do que em educação ou defesa em alguns casos. Se os juros ficarem em 5% ou mais, isso vira uma bola de neve: mais dívida para pagar os juros, e aí o ciclo continua.

Agora, com cortes de juros, esse peso diminui. Juros mais baixos significam que o Tesouro americano paga menos para rolar essa dívida gigante. Para o investidor pessoa física, isso é uma boa notícia indireta: menos risco de crise fiscal nos EUA, o que estabiliza o dólar e as Bolsas globais. 

Lembra da discussão recente sobre o "teto da dívida" e as brigas no Congresso? Com juros caindo, isso vira menos urgente e o mercado fica mais calmo. É como se o governo ganhasse um fôlego para investir em crescimento em vez de só pagar contas.

Claro, não é mágica – se cortarem demais, pode aquecer a economia e trazer inflação de volta. Mas, no momento, é um alívio para quem temia um colapso estilo Grécia ou algo assim.

Reação dos mercados: dólar em queda e bolsas em alta

Ontem foi um dia animado em Wall Street, com as Bolsas subindo. Foi como se o mercado dissesse: "Ok, menos inflação, mais espaço para crescimento!"

No câmbio, o dólar americano perdeu um pouquinho de força. O índice DXY caiu 0,2% e, contra o euro e o iene, também deu uma escorregada. Para nós aqui no Brasil, o dólar fechou em R$ 5,45, uma leve desvalorização. 

O que esperar do CPI e próximos movimentos

Com os juros caindo nos EUA, o dólar fica menos atraente para investidores estrangeiros, o que é positivo para moedas emergentes e ajuda a conter nosso problema de inflação por aqui também.

Os volumes de negociação foram altos e analistas da CNBC chamaram de "surpresa positiva que se alinha com um soft landing" – ou seja, economia desacelerando sem cair no buraco.

Oportunidades de investimento com o novo cenário

Resumindo, o PPI fraco de ontem virou o jogo para os EUA: menos medo de inflação, mais chances de juros baixos, dólar mais fraco e Bolsas felizes. E, o mais importante: isso tira um peso das costas com a dívida pública, que era o papo da vez entre investidores preocupados com sustentabilidade fiscal.

Para você, pessoa física, é hora de ficar de olho: ações americanas podem continuar subindo, mas em um cenário mais moderado de atividade mais fraca.

Por outro lado, países emergentes podem ser alvo de novas ondas de investimento, como China e Brasil. Podemos estar diante de uma “tempestade positiva perfeita”, com moderação nos EUA, necessidade de diversificação para emergentes, troca de governo e preços superatrativos.

O mercado aguarda a divulgação do CPI nesta quinta, 11, que pode reforçar as apostas em cortes de juros pelo Fed. Fique de olho!