Como ficam os FIIs com a Selic em 15% ao ano?
Copom elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, nesta quarta-feira, 18, para 15%. Saiba quais FIIs são mais e menos penalizados pelos juros elevados
O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 0,25 ponto percentual na noite desta quarta-feira, 18 de junho. Dessa forma, a taxa passa de 14,75% para 15% ao ano.
Como ficam os FIIs com a Selic em 15% ao ano?
Com o novo aperto monetário, levado a cabo com o aumento de 0,25 ponto percentual, a taxa de juros da economia chega a 15% a.a. O aumento já estava precificado pelo mercado, não é exatamente uma surpresa e não deve trazer novos impactos na precificação dos Fundos Imobiliários. Os FIIs já estão com um grande desconto frente ao valor patrimonial, justamente para adequar a rentabilidade de mercado ao desconto exigido pelos juros elevados.
Como se posicionar em FIIs após a nova Selic?
O cenário atual torna a renda fixa bastante atraente — afinal, não é todo dia que se ganha 15% a.a. para manter o dinheiro investido em renda fixa, um investimento de baixo risco e com um retorno elevado no momento.
Um retorno nesse patamar só é obtido em renda variável, em uma época de normalidade do mercado. Baixo risco e retorno elevado é o sonho de todo investidor de valor. O nirvana dos investimentos!
O problema é que a Selic não é 15% a.a., ela está em 15% a.a. E essa pequena diferença muda tudo! A atratividade da renda fixa tampa os seus olhos para que você não consiga enxergar os descontos da renda variável!
Vamos supor que a Selic comece a cair a partir do final do ano ou no início do ano que vem, e tenha algumas quedas sucessivas. Enquanto a renda fixa vai ficar cada dia menos atraente, a renda variável vai trazer retornos cada vez mais atrativos e rápidos, já que quando os juros estão em queda, a Bolsa de Valores tende a se valorizar (não é uma questão de “se” e sim de “quando”). A renda variável, nesse cenário, fica cada dia mais atraente, em contraponto à sua prima, a renda fixa.
Nesse contexto, os investidores vão migrar para a renda variável para aproveitar os ganhos maiores, só que terão perdido uma boa parte da rentabilidade desses ativos, já que eles começam a subir no boato, não no fato. Quem esperar na renda fixa, vai perder a recuperação da renda variável.
Vou te lembrar como foi a última recuperação da Bolsa (e dos Fundos Imobiliários) e a relação dessa recuperação com o retorno do CDI: entre 2016 e 2019, o IFIX subiu 130%, ou seja, quem iniciou com R$ 100 mil em 2016 terminou com R$ 230 mil em 2019. E a renda fixa nesse período, como foi? Bom, o CDI rendeu 41% nesse período — menos de ⅓ da renda variável. Quem iniciou com R$ 100 mil terminou com R$ 141 mil (brutos), ainda necessitando descontar 15% de impostos (R$ 6 mil). Ou seja, líquido, sobraram R$ 135 mil. Quase R$ 100 mil a menos para quem ficou de fora da recuperação dos FIIs.
E você? Está posicionado ou vai ficar de fora da próxima alta dos Fundos Imobiliários?
Não perca os melhores dias dos FIIs
Existe um estudo nos EUA que mostra o retorno de quem está sempre posicionado em Bolsa de Valores e daqueles que vão e voltam, perdendo alguns dos melhores dias de alta. Mas como os investidores perdem os maiores dias de alta? Bom, os melhores dias de alta vêm após os piores dias de baixa. Quem fica de fora da Bolsa com medo da crise, fica de fora da recuperação do mercado.
Nos Estados Unidos, esse estudo foi quantificado pelo J.P. Morgan, que analisou seu impacto sobre o índice S&P 500. No entanto, no Brasil, ainda não há muitos estudos como esse.
Essa pesquisa, contudo, apresenta a realidade nua e crua: um investidor que aplicou seu patrimônio nos EUA, mas ficou de fora apenas dos 10 melhores dias de alta, viu sua rentabilidade anual cair de 9,8% ao ano para 6,1% ao ano. Apenas 10 dias fizeram isso com o retorno.

Para quem perdeu os 20 melhores dias, o retorno caiu ainda mais, para 3,6% a.a. Para quem perdeu os 30 melhores dias de alta, o retorno foi, praticamente, nulo.
FIIs de tijolo são destaque de olho na retomada da Bolsa
Depois que a alta dos FIIs começar, você terá perdido alguns dos melhores dias de retorno (e já vimos o quanto isso pode impactar negativamente o seu retorno anual total composto).
Para quem investe em renda variável, estar posicionado em bons ativos é mandatório. Não existem grandes investidores que não tenham, em sua carteira de investimentos, renda variável em todos os momentos, bons e ruins. O que pode mudar é o percentual, mas não a exposição a essa classe de ativos.
Com os Fundos Imobiliários, esse pensamento também é verdadeiro. Independentemente do cenário de mercado, é importante manter investimentos consistentes em bons FIIs ao longo do tempo. Não dá para vender na baixa e tentar comprar de novo na alta. Não execute o “algoritmo da pobreza”.
Com fundos ainda descontados e rendimentos atrativos, este pode ser o momento ideal para dar o próximo passo rumo à sua liberdade financeira.
Setores como logística, escritórios, shoppings e renda urbana (os conhecidos fundos de tijolo) deverão ser bastante beneficiados em um cenário de alta.
Os FoFs também, principalmente aqueles que possuem uma concentração maior em tijolo. Já os FIIs de papel, embora também se valorizem em momentos de queda da taxa de juros, devem se valorizar menos, devido ao seu caráter defensivo e à sua menor volatilidade.
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