No primeiro semestre, os fundos "de tijolo" superaram os "de papel" com a volta dos aluguéis em shoppings, galpões e lajes corporativas. 

No segundo semestre, toda a indústria de FIIs foi impactada positivamente com o fim do aperto monetário. Destacamos os fundos de lajes corporativas por enxergarmos uma melhora gradual e consistente com o retorno aos escritórios.

Com dados coletados até 17 de dezembro de 2023 pela Economatica, veja quais FIIs apresentaram maior valorização acumulada dos preços das cotas ao longo do ano:

FIIs mais rentáveis de 2023

RankTickerSegmentoRetorno
1HTMX11HOTEIS93,01%
2TEPP11LAJES CORPORATIVAS45,57%
3RBVA11HIBRIDO37,96%
4KFOF11FOF36,93%
5JSAF11FOF36,43%
6BRCO11LOGISTICO32,56%
7BCIA11FOF31,83%
8RCRB11LAJES CORPORATIVAS30,08%
9MGFF11FOF29,67%
10HGBS11SHOPPING / VAREJO29,43%

FII com melhor desempenho

O HTMX11 foi o fundo imobiliário com a maior rentabilidade acumulada no valor da cota neste ano, de 93,01%. O fundo teve dividend yield (retorno com dividendos) de 12,62% no período.

Os motivos da forte valorização do HTMX11 são que o fundo estava negociando a preços bastante descontados, reflexo do impacto gerado pelo período da pandemia, pois o fundo é do segmento de hotéis que foi fortemente impactado.

Além disso, ao longo do ano, o fundo tem realizado diversas vendas de unidades hoteleiras, proporcionando ganhos de capital robustos aos cotistas. Como o mercado é altamente sensível às distribuições de curto prazo, isso contribuiu para a elevação do preço de suas cotas. 

No entanto, é importante que o investidor tenha em mente que uma parte significativa desses ganhos é não recorrente, ou seja, uma hora vai se encerrar, e atualmente o fundo vem negociando a um preço elevado considerando seus fundamentos.

Perspectivas para o ano de 2024

Com a inflação dando sinais claros de desaceleração e o Banco Central sendo cauteloso na redução da Selic em função dos riscos externos, as perspectivas para os fundos imobiliários em 2024 parecem ser positivas.

Dessa forma, considerando o controle do IPCA e a abordagem gradual na redução das taxas de juros, é possível que a Selic atinja um patamar mais baixo por um período mais prolongado no ano seguinte. Essa perspectiva, é claro, está condicionada a um cenário externo que não nos seja desfavorável. Tudo mais constante, o cenário apresentado se reverbera de forma positiva na classe de FIIs.

Posto isso, ao analisarmos por segmento, podemos ver um ambiente mais construtivo para fundos de tijolo e FOFs. Isso porque as classes tendem a se beneficiar devido a uma maior demanda por ativos imobiliários uma vez que, com juros mais baixos, a compra de imóveis se torna mais favorável financeiramente. Dessa forma, a perspectiva contribui para um aumento no valor das cotas dos fundos, ao passo que o mercado enxerga um maior potencial de retorno.

Quanto aos fundos de papel (recebíveis), possuem uma perspectiva também positiva, especialmente os indexados ao IPCA+. Isso ocorre porque esses ativos, atrelados ao indexador, foram pressionados no curto período de deflação que tivemos este ano, resultando em descontos em relação ao seu valor patrimonial em muitos casos. Assim, torna-se uma boa oportunidade para investidores adquirirem cotas desses fundos a preços atrativos.

O ponto de atenção vai para os fundos indexados a CDI+. Nesse caso, não é interessante comprá-los negociando acima do seu valor patrimonial, em um contexto que é esperada alguma redução em seus rendimentos à medida que o Copom siga reduzindo a taxa básica de juros em suas próximas reuniões.

Dado o cenário, onde investir?

Diante da qualidade do ativo e do contexto macroeconômico, consideramos que este é um bom momento para você investir no BTG Pactual Logística (BTLG11).

Ele é um fundo imobiliário que tem como objetivo gerar renda e ganhos de capital por meio de investimentos no segmento logístico. 

Com um patrimônio líquido superior a R$ 2,8 bilhões e com mais de 254 mil cotistas, o BTG Pactual Logística possui ótima liquidez, negociando um volume médio diário de R$ 6 milhões desde o início do ano. Desse modo, o investidor não terá dificuldades na montagem e desmontagem de posições.

Em relação às taxas, o Fundo cobra dos cotistas uma taxa unificada no valor de 0,90% ao ano sobre o seu valor de mercado, o que faz do seu custo um dos mais baixos do segmento logístico, uma vez que não há incidência de taxa de performance.

Dica para investidores

Por fim, é de suma importância que o investidor compreenda que a diversificação da carteira, tanto em ativos quanto em segmentos, aliada à escolha criteriosa de bons Fundos, é a chave para construir um portfólio robusto capaz de resistir aos ciclos do mercado.

Nesse contexto, é crucial compreender que não há um segmento ou Fundo específico considerado como a "bola da vez". Em vez disso, é essencial reconhecer que uma carteira de fundos imobiliários bem elaborada sempre proporcionará espaço para ativos de qualidade.

Os FIIs mais rentáveis de 2023 não são garantia de performance futura. Por isso, busque ajuda na hora de selecionar seus ativos ou de rebalancear sua carteira de investimentos. 

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