Hoje é dia de falar de FIIs, enigmas e tragédias gregas. O objetivo é filosofar um pouco e trazer algumas reflexões importantes para o investidor.

Édipo deu nome para a psicanálise de Freud: o “complexo de Édipo”. Uma situação da infância que, se mal resolvida, traz prejuízos para o convívio social do indivíduo.

Édipo, filho de Laio e Jocasta, era o rei de Tebas, a cidade que fora assolada por uma peste. Ao consultar o oráculo de Delfos, Édipo descobriu algo trágico sobre sua vida: ele foi amaldiçoado pelos deuses. Estava destinado a casar-se com a própria mãe e a matar o pai, o rei que governava a cidade, tornando-se, assim, rei.

Em muitas situações, a frase "Decifra-me ou te devoro" — o enigma da Esfinge — revela a importância do conhecimento e do autoconhecimento. 

Afinal, se não compreendermos nossas emoções e os temas que precisamos dominar para lidar bem com os assuntos importantes da vida (como os investimentos, por exemplo), corremos o risco de sermos vítimas da nossa própria ignorância.

Édipo e a Esfinge

A mitologia grega nos conta a história de Édipo, um dos pilares da tragédia grega. Édipo é o herói que mata o pai, desvenda o mistério da esfinge, torna-se rei e casa com a própria mãe, sem saber. Isso traz um final trágico para a história — uma verdadeira tragédia grega.

A Esfinge, uma criatura com corpo de leão e cabeça humana, propunha um enigma a todos os viajantes que passavam por Tebas. Quem não acertasse era devorado. Édipo solucionou o enigma e se tornou rei do lugar.

O enigma da esfinge

O enigma da esfinge hoje pode parecer um pouco óbvio para quem gosta de TV, enigmas e programas afins: "Qual animal tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?". Se você ainda não conhece essa charada, pense um pouco antes de responder.

Pensou? Bom, se você ainda não conhecia esse enigma, a resposta é o “ser humano”. Na infância, engatinhamos; quando crianças e adultos, andamos sobre as duas pernas; e, quando velhos, nos apoiamos em uma bengala.

A resposta depende de uma interpretação comparativa, que nos dá um vislumbre da efemeridade humana: “a vida é como um dia”. De manhã, somos pequenos; à tarde, adultos; e, à noite, idosos

Realmente, a vida passa muito rápido! Investindo ou não, ela vai passar. Como (no sentido de que forma) você quer chegar à velhice é a motivação para ter disciplina hoje. 

Coma melhor, beba água, exercite-se e poupe um percentual do seu salário. Um pouco, todo dia.

A Esfinge dos Investimentos

A jornada de Édipo — assim como a nossa — é uma busca pelo autoconhecimento. Ou seja, ter consciência profunda sobre quem somos, quais são nossos valores, interesses, habilidades, emoções e limites. 

Isso é importante, pois nos permite tomar decisões mais alinhadas com nossos objetivos, melhora a capacidade de lidar com pressões e conflitos, contribui para o bem-estar mental e possibilita o desenvolvimento pessoal e profissional, ao nos dar um "mapa interno" para navegar pela vida.

A Esfinge perguntou a um ser humano algo a respeito da existência do próprio ser. Você tem que conhecer a si mesmo! E aqui vou evocar também Sun Tzu (que não tem nada a ver com Édipo, mas a lição permeia nosso assunto): 

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”

Assim como Édipo teve que conhecer a natureza humana para resolver o enigma, o investidor moderno precisa, antes de tudo, conhecer a si mesmo (além do que investe, claro!).

Não adianta mergulhar em ações, fundos imobiliários, ETFs, criptomoedas ou imóveis sem antes responder:

  • Qual é o seu perfil de risco?
  • Qual é o seu objetivo financeiro?
  • Qual o seu horizonte de tempo?
  • Quais ativos financeiros você domina?

A Esfinge dos investimentos não perdoa os desatentos.

Quem investe no escuro, sem estudar, sem entender, acaba engolido por decisões impulsivas, promessas de lucro fácil e ciladas do mercado. Compra na alta, vende na baixa.

Tem gente que tem perfil para a renda variável. Tem gente que não. Dá para aprender a investir em renda variável? Sim, com certeza! Mas a tolerância à volatilidade é mais comportamental do que técnica, exige mais sentimento (paciência) do que conhecimento técnico.

“Investir é mais sobre comportamento do que sobre conhecimento”. Essa é uma frase e um ensinamento de Morgan Housel. Seu livro “Psicologia Financeira” é um primor, referência absoluta nesse assunto. Não leu ainda? Leia! Recomendo.

Se você tem o perfil para a renda variável, busca liberdade financeira e renda extra mensal, FIIs têm o que você precisa. É uma ótima classe de ativos, que vai te ajudar a construir patrimônio e te dar uma renda passiva mensal.

Investindo em FIIs: decifrando o enigma

Por que investir em FIIs? Bom, eles entregam um bom retorno, com baixa volatilidade e renda mensal. São ativos reais, com lastro imobiliário. E toda pessoa, física ou jurídica, precisa de um imóvel. Jamais estão “fora de moda”. Imóvel é a classe de ativos mais valiosa do planeta em capitalização de mercado. 

Investir em fundos imobiliários é como decifrar parte do enigma da Esfinge financeira: você compreende que é possível construir renda passiva com inteligência, sem precisar ser um especialista em imóveis ou ter grandes quantias para começar.

Ao escolher FIIs, você demonstra que já entendeu algo essencial: não se trata apenas de onde investir, mas de como e por quê. Você busca equilíbrio entre risco e retorno, diversificação, liquidez e praticidade — sinais de que começou a dominar o jogo.

Quem decifra esse segredo percebe que investir com consciência é menos sobre sorte e mais sobre estratégia. E, nesse caminho, os Fundos Imobiliários são uma das respostas mais acessíveis, sólidas e eficazes para quem quer ver seu patrimônio crescer com consistência.

Porque, no fim, a Esfinge só devora quem não se conhece. E quem aprende a investir com sabedoria vence o enigma.