Nord Insider


Nesta sexta-feira, 3, o pré-mercado de Nova York abre em queda, com as atenções dos investidores voltadas para o relatório de emprego formal nos Estados Unidos.

Na agenda econômica, localmente será divulgada a produção industrial de abril. Nos Estados Unidos, destaque para os dados oficiais do mercado de trabalho americano (Payroll) e para o ISM de serviços, ambos referentes a maio.

Principais assuntos de hoje:

  • FGTS-Eletrobras: prazo de reserva começa hoje;
  • Fundos de ações ainda valem a pena?

Eletrobras: o que você deve saber antes de aceitar a oferta da década

O período de reserva das ações da Eletrobras (ELET3 e ELET6) começa nesta sexta-feira, 3, e segue até o próximo dia 8. Nesse período, os trabalhadores poderão utilizar o saldo do  Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para se tornarem acionistas.

Segundo o prospecto, a oferta da década pode movimentar mais de 30 bilhões de reais e se tornar uma das maiores da história do mercado de capitais do país.

Assim como ocorreu com Petrobras (PETR4) e com a VALE (VALE), serão criados Fundos Mútuos de Privatização (FMP) e o trabalhador poderá usar até 50 por cento (até 50 mil) do saldo do FGTS para investir nas ações da maior estatal de energia elétrica da América Latina.

O investimento mínimo é de 200,00 reais.

Na simulação abaixo, vemos como os FMPs de Petrobras e Vale (linhas cinza e preta) performaram em rentabilidade quando comparados ao FGTS (linha amarela):

Gráfico apresenta retorno acumulado desde o início.
Fonte: XP Investimentos/Reprodução

Se você ainda está em dúvida se vale a pena investir na Eletrobras, antes de mais nada recomendamos que leia a análise elaborada pelo Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research e responsável pelo ANTI-Trader, que explica um pouco mais sobre o investimento.

Para seguir, vamos entrar em detalhes sobre o que você deve saber antes de se tornar acionista da estatal de energia.

O que podemos antecipar, para você não se sentir perdido, é que é melhor utilizar o FGTS para investir nessa privatização do que receber apenas +3 por cento ao ano de rendimento do Fundo de Garantia (perde para a inflação). No entanto, o investimento não é melhor que diversas ótimas empresas que podemos adquirir na Bolsa.

Pontos de atenção:

1) Prazo de reserva

Se você quer fazer o seu FGTS render mais, poderá comprar as ações da Eletrobras a partir desta sexta-feira, 3. O período de reserva encerra em 8 de junho.

As aplicações também poderão ser feitas sem o dinheiro do FGTS. O prazo de reserva é o mesmo. O que muda é o valor mínimo, que passa a ser de 1 mil reais, com teto de 1 milhão.

2) Taxas dos fundos

Segundo apurou o Valor Econômico, pelo menos 13 instituições se habilitaram junto à Caixa para oferecer a possibilidade de investimento na capitalização da Eletrobras usando o saldo das contas do FGTS. Ao todo, já são ao menos 22 fundos, com taxas de administração que vão de zero a 0,75 por cento ao ano.

Na nossa visão, de 0,00 a 0,20 por cento de taxa de administração é um custo financeiro aceitável para um investimento passivo. Mas não vale a pena abrir conta em uma corretora só para pagar uma taxa zero. Agora, de 0,20 em diante começa a fazer diferença.

Tabela apresenta fundos da Eletrobras por taxa de administração.

3) Prazo para resgate

Quem optar pela compra das ações terá que manter as posições por um prazo mínimo de 12 meses. Depois, se o acionista quiser vender os papéis, o valor da negociação volta para o saldo do FGTS. A orientação, porém, é fazer o investimento visando o longo prazo.

4) Renda variável varia

Por fim, vale mencionar que o investidor pessoa física, ao usar o recurso do FGTS e aplicá-lo em ações da Eletrobras, passa a fazer um investimento em renda variável, e não em renda fixa, como é o caso do FGTS.

Ou seja, o que determina o rendimento é o desempenho do papel, que pode variar para cima ou para baixo. É importante entender que não é uma aposta, é um investimento de longo prazo.


Fundos de ações em queda: ainda vale a pena ter um na carteira?

Ao olhar para o dinheiro perdido em um fundo de investimento, é preciso ter um certo sangue frio para não decidir resgatar e correr para uma renda fixa gorda, com baixo risco.

Essa tentação é quase incontrolável, não é à toa que, até o final de março deste ano, a captação líquida dos fundos de ações (ou seja, quanto foi investido menos quanto foi resgatado) ficou negativa em 31,8 bilhões de reais, segundo dados da Anbima. Uma das razões para isso vem do próprio desempenho desses produtos, que nos últimos 24 meses ficou abaixo do Ibovespa.

E agora, o que fazer?

Nesse cenário, investidores que começaram a investir em fundos de renda variável recentemente, em um momento de volatilidade no mercado, podem se perguntar se ainda vale a pena continuar investindo em fundos de ações.

Para o especialista em fundos, Luiz Felippo, não restam dúvidas de que sim.

Em entrevista para o jornal Valor Investe, nosso analista explica que, nos últimos meses, o que realmente andou na bolsa brasileira foram as empresas de commodities, que têm um peso forte no índice. Os bancos também foram relativamente bem.

A questão é que esses são setores que, no geral, possuem pouca representatividade na carteira dos gestores e muita no Ibovespa. Ao longo do tempo, vimos um pouco mais representatividade de outros segmentos (principalmente ligados ao consumo doméstico).

Gráfico apresenta retorno dos setores da bolsa em 24 meses: a predominância das commodities.
Fonte: Bloomberg

Dito isso, será que os gestores deveriam adotar mais commodities a partir de agora? A discussão é mais profunda do que ter (ou não) empresas ligadas às commodities.

Na nossa visão, não é prudente o gestor mudar seu processo de investimentos no meio do caminho. Claro que há casos em que alguns foram para commodities e foram felizes, mas outros mudam no meio do caminho e não dá certo. Para nós, investimento é sobre ter disciplina para seguir a própria estratégia.

Se o gestor tem experiência com o setor, então que ele o faça. Caso contrário, é melhor se manter dentro do seu círculo de competência. Sair dele, em diversos casos, acaba sendo mais mortal do que parece.

Falando de bolsa, nosso analista considera 24 meses uma janela pequena. Em se tratando de fundos de ações e multimercados, estamos olhando para cinco e três anos à frente, respectivamente.

Nesse horizonte, acreditamos que os gestores podem realmente gerar valor em relação ao Ibovespa.


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