Os fundamentos do reinvestimento

Uma das perguntas mais frequentes que recebo sobre proventos é: devo reinvestir os dividendos que recebo?

Você pode certamente se ver tentado a usar sua renda extra com dividendos em qualquer outra coisa, seja para novos investimentos, despesas mensais ou até mesmo consumo de bens pessoais.

Nessas horas, o céu é o limite...

Imagem de uma BMW.

No entanto, venho hoje falar um pouco sobre a grande beleza da estratégia de reinvestimentos e como ela pode lhe trazer benefícios com o passar do tempo.

Isso acontece basicamente pelo seguinte motivo: a cada vez que reinvestimos os dividendos, temos mais ações e, quanto mais ações, mais pagamentos receberemos nas distribuições subsequentes.

É um efeito bola de neve que pode se traduzir em rentabilidade adicional, além da própria valorização das ações. Já adianto que não é nada fácil, mas pode ser bem interessante para o seu futuro.

Vamos nessa?

Mirando o longo prazo

Antes de começarmos, preciso mencionar um ponto bem relevante. Os efeitos do reinvestimento de dividendos recebidos podem gerar ganhos mais expressivos somente lá na frente, no longo prazo.

No curto prazo, pode parecer imperceptível o resultado entre fazê-lo ou não. Mas isso não é motivo para você desanimar, nós chegaremos lá e você vai me entender!

Não é de se surpreender que muitos investidores que estão começando pensem que a lógica de investir em dividendo não faz sentido, pois, ao receber os valores, a cotação da ação é ajustada para baixo. Para alguém que não conhece muito do assunto, parece que ficou no zero a zero...

De uma forma comparativa, a diferença entre não reinvestir e reinvestir é mais ou menos a mesma coisa como se estivéssemos falando da diferença de efeito de Juros Simples versus Juros Compostos ao longo do tempo.

No curto prazo, as curvas ficam bem coladas, mas com uma diferença cada vez mais notável ao longo do tempo – dá pra ver a boca do jacaré?

Gráfico apresenta efeito do juros simples versus juros compostos ao longo do tempo.
Elaboração: Nord Research; Exemplo fictício

Por isso, não crie expectativas nem gere ansiedade para obter retorno no curto prazo nessa estratégia. Esse tipo de comportamento é seu inimigo e não vai levá-lo a lugar algum! O que realmente vai ajudá-lo é ter a disciplina de realizar aportes periódicos, focando sempre no longo prazo!

Tenha paciência ao investir em ações, você só terá a ganhar fazendo assim. Não seja afoito e deixe a ansiedade de lado, seu patrimônio agradece!

Agora, vamos ao que importa.

Na prática

Vamos considerar a distribuição de proventos por ação, em reais, dos últimos 5 anos, de uma das nossas favoritas do setor elétrico do Nord Dividendos.

Tabela apresenta distribuição de proventos.
Fonte: Economática / Elaboração: Nord Research

Note que há uma certa constância do pagamento de proventos da Empresa, envolvendo tanto Dividendos quanto Juros Sobre Capital Próprio. Contudo, ressalto que nem sempre as Companhias são tão previsíveis como um reloginho suíço, podendo variar o seu cronograma de distribuição.

Isso posto, proponho um breve raciocínio com as seguintes premissas.

  1. Investimento de 100 mil reais no ativo mencionado, pagando o valor de 9,95 reais por ação em 30/12/2015, o que representa um total de  10.055 ações adquiridas.
  2. O único aporte é o reinvestimento total dos proventos a cada nova distribuição.

Como resultado, é possível ver o número de ações crescendo da seguinte maneira:

Tabela apresenta número de ações crescendo.
Fonte: Economática / Elaboração: Nord Research

Veja que tudo isso se traduz em um aumento de posição financeira sem considerar dinheiro novo. É dividendo recebido se transformando em novas ações.

Agora, vou mostrar a diferença de retorno entre a pessoa que reinvestiu versus a pessoa que não reinvestiu ao longo do mesmo período.

Gráfico apresenta diferença de retorno entre um indivíduo que reinvestiu seus dividendos e outro que não os reinvestiu.
Fonte: Economática / Elaboração: Nord Research

O resultado foi um ganho total de 322 por cento ao longo de cinco anos para quem reaplicou os dividendos, o que equivale a dizer que a rentabilidade foi de 33 por cento ao ano.

Caso o reinvestimento não fosse realizado, o resultado seria de 237 por cento no período (27 por cento ao ano).

Ficou clara essa diferença?

Obviamente, a base de comparação é a mesma nas duas situações, porém o primeiro resultado que mencionei considera o reinvestimento dos proventos em novas ações, assim como a valorização dessas ao longo do tempo.

Já o segundo considera apenas a valorização das ações, dado que o número de ações permaneceu constante ao longo do tempo. Nele, o capital recebido com a distribuição foi usado para qualquer outra finalidade.

Nord Dividendos

Usamos um exemplo com uma janela de 5 anos. Mas o efeito pode se tornar cada vez maior ao longo do tempo. Parece pouca a diferença entre reinvestir, na média que falamos, a 27 por cento ao ano e 33 por cento ao ano, todos os anos, né? Pois é, garanto a você que não é.

Gráfico apresenta efeito do reinvestimento com o passar do tempo.
Elaboração: Nord Research

Ressalto que tudo o que falamos se trata de um exercício para demonstrar o poder dos juros compostos ao longo do tempo, baseado em premissas e dados históricos. Logo, nada disso é garantia ou perspectiva de resultado futuro em nossa estratégia.

Mas então, a resposta à pergunta inicial é: sim, faz sentido reinvestir os dividendos. Existindo afinidade, o reinvestimento de dividendos pode trazer uma rentabilidade interessante no longo prazo.

A atratividade existe, mas cabe somente a você decidir se é a melhor decisão para o seu perfil de investimentos. O começo pode parecer complexo, às vezes até inatingível, mas lá na frente você colherá os frutos se tiver a disciplina de sempre reinvestir.

Já pensou que uma disciplina mantida ao longo de anos e anos pode ajudá-lo com despesas correntes em um momento que você não tiver mais renda? Lembre-se do seguinte: quanto mais aportes você fizer, mais dinheiro você vai receber.

Convido você para conhecer o Nord Dividendos. Por lá, escolhemos criteriosamente boas oportunidades de mercado quando o assunto é bom potencial para distribuição de proventos.

Forte Abraço,