Dividendos são uma parte do lucro das empresas que é distribuída aos acionistas. Eles funcionam como uma remuneração extra para quem investe em ações, sendo pagos em dinheiro.

Os principais tipos de dividendos incluem os periódicos, extraordinários e intermediários, cada um com suas características e regras específicas.

Entenda melhor como funciona esse tipo de provento, a tributação no Brasil e como montar uma carteira para potencializar seus ganhos. 

Sumário

Como funcionam os pagamentos de dividendos?

A distribuição de dividendos segue um processo estruturado definido pelas empresas e regulamentado pela legislação brasileira. Apenas quem possui as ações na chamada data de corte (ou data-com) tem direito ao recebimento. 

A seguir, veja as principais etapas do pagamento:

  • declaração dos dividendos: o conselho de administração ou a assembleia da empresa decide o valor que será distribuído aos acionistas, com base no lucro acumulado.
  • data de corte (data-com): é o último dia em que o investidor precisa ter as ações em carteira para ter direito aos dividendos. Quem comprar depois dessa data já não recebe.
  • data ex (ex-dividendos): no pregão seguinte à data de corte, as ações passam a ser negociadas sem o direito ao provento. O preço das ações costuma cair proporcionalmente ao valor do dividendo.
  • data de pagamento: é o dia em que os valores são, de fato, creditados na conta dos acionistas — geralmente ocorre dias ou semanas após a data de corte.
  • valor por ação: o investidor recebe proporcionalmente à quantidade de ações que possui. Por exemplo, se o dividendo declarado for de R$ 1 por papel e você tiver 500, receberá R$ 500.

Esse calendário é informado pelas companhias por meio de comunicados oficiais, publicados nos sites das empresas, da CVM ou da B3. Portanto, acompanhar essas datas é essencial para quem busca montar uma carteira focada em renda com dividendos.

Quer aprender a combinar ações, FIIs e renda fixa para viver de renda? No Nord Renda Total, você descobre como montar uma carteira completa e eficiente para esse objetivo.

Tipos de proventos

Os investidores podem receber diferentes tipos de proventos ao investir em ações. Cada um deles possui características próprias e pode impactar de forma distinta a estratégia de quem busca viver de renda. Abaixo, explicamos os principais:

Dividendos

É a forma mais comum de distribuição de lucros. A empresa separa parte do seu lucro líquido para repassar diretamente aos acionistas, proporcionalmente à quantidade de ações que cada um possui.

Exemplo: se uma companhia anuncia R$ 1 de dividendo por ação e você tem 100 ações, receberá R$ 100 na conta da corretora.

Dividendos em ações

Em vez de pagar em dinheiro, a empresa distribui novas ações aos acionistas. Isso não altera o valor total investido, mas aumenta a quantidade de papéis na carteira.

Exemplo: a companhia oferece 1 ação a cada 10 que o investidor possui. Quem tem 100 recebe 10 novos papéis.

Juros sobre capital próprio (JCP)

Outra forma de remuneração aos acionistas, semelhante aos dividendos em dinheiro, mas com uma diferença importante: o valor recebido sofre desconto de 15% de IR na fonte.

Exemplo: um JCP bruto de R$ 100 gera um valor líquido de R$ 85 ao investidor, com os R$ 15 sendo retidos como imposto.

Bonificação de ações

É a distribuição gratuita de novos papéis com base na posição acionária do investidor. Diferente dos dividendos em ações, a bonificação costuma ocorrer com aumento de capital social da empresa.

Exemplo: bonificação de 10% significa que, para cada 10 papéis, o investidor recebe 1 adicional, sem custo.

Direitos de subscrição

Nesse caso, o investidor recebe o direito de comprar novas ações por um preço determinado e dentro de um prazo específico. É uma forma de captar recursos sem diluir quem já é acionista.

Exemplo: a empresa oferece o direito de comprar novas ações a R$ 10, enquanto o preço de mercado está em R$ 12.

Tributação de dividendos no Brasil

Atualmente, em agosto de 2025, os dividendos são isentos de Imposto de Renda no Brasil, o que torna o país uma exceção entre as principais economias do mundo. Essa isenção está em vigor desde 1995, mas já foi alvo de diversas propostas de mudança ao longo dos anos.

Nos últimos anos, propostas de tributação dos dividendos voltaram à pauta, especialmente dentro da reforma tributária aprovada na Câmara em julho de 2025. Entre os principais pontos:

  • dividendos apurados até 31 de dezembro de 2025 permanecerão isentos, mesmo que a distribuição ocorra depois, desde que a decisão pela distribuição tenha sido tomada até essa data;
  • a partir de 2026, poderá ser cobrada uma alíquota de 10% de IR sobre dividendos remetidos ao exterior ou distribuídos a acionistas que recebam mais de R$ 50 mil por mês da mesma empresa;

Apesar de aprovadas em comissões e discutidas amplamente, essas mudanças ainda precisam avançar no Senado para que entrem em vigor. Por isso, o cenário atual segue com isenção, mas pode mudar em breve.

Como saber se uma ação paga dividendos?

Antes de investir com foco em renda passiva, é essencial identificar ações que historicamente distribuem dividendos de forma consistente. Felizmente, é possível fazer isso com facilidade usando ferramentas gratuitas e confiáveis.

Confira onde e o que observar:

  • área de Relações com Investidores (RI): todas as empresas listadas têm uma página voltada aos investidores — geralmente identificada como “Relações com Investidores”. Nela, é possível consultar se a empresa paga dividendos, com que frequência e qual foi o valor pago nos últimos anos.
  • radar de Proventos da B3: na área logada do investidor, é possível acompanhar os próximos proventos anunciados por empresas listadas, com valores por ação, datas de corte e pagamento.
  • relatórios e carteiras recomendadas: análises de corretoras e casas de research, como a Nord, costumam destacar ações com histórico consistente de dividendos. As carteiras recomendadas são uma fonte prática para o investidor começar.
  • sites especializados: plataformas como Status Invest, Funds Explorer e Clube do Valor oferecem rankings, gráficos e filtros que ajudam a comparar ações com foco em distribuição de lucros.
  • Corretoras de valores: plataformas como XP, NuInvest, BTG e outras oferecem filtros para encontrar ações pagadoras de dividendos e permitem analisar indicadores diretamente pelo home broker.

Payout, lucro líquido, regularidade nos pagamentos, histórico de dividendos e dividend yield (DY) são indicadores importantes na hora de escolher ações. Papéis com DY elevado e pagamentos consistentes costumam atrair quem busca renda, mas é fundamental avaliar também a sustentabilidade do lucro da empresa.

 Sites especializados ajudam a identificar papéis com bom desempenho em distribuição de dividendos. Foto: Pixabay

Como montar uma carteira de dividendos?

Criar uma carteira voltada para dividendos exige estratégia, diversificação e visão de longo prazo. A seguir, veja um passo a passo direto para começar:

1. Defina seu objetivo com a renda passiva

Você quer viver de dividendos no futuro? Ou apenas complementar sua renda? Esse objetivo define o tamanho do aporte e o perfil da carteira.

2. Estime quanto você deseja receber

Use uma calculadora de dividendos para projetar a renda desejada e o patrimônio necessário com base em diferentes yields médios.

3. Estude os setores que mais distribuem lucros

Áreas como energia, bancos, seguros, telecom e saneamento tendem a pagar bons dividendos. Elas costumam ter fluxos de caixa estáveis e alta previsibilidade.

4. Escolha ações com histórico sólido de distribuição

Prefira empresas que pagam dividendos de forma consistente nos últimos 5 a 10 anos, mesmo em ciclos econômicos desafiadores.

5. Olhe para indicadores-chave

  • Dividend Yield
  • Payout
  • ROE (retorno sobre patrimônio)
  • Endividamento

Esses dados mostram se a distribuição é saudável e sustentável.

6. Diversifique sua carteira

Evite concentrar seus aportes em poucos ativos ou setores. Combine ações, FIIs e até BDRs de dividendos globais, se fizer sentido para o seu perfil.

7. Reinvista os dividendos

Ao receber dividendos ou juros sobre capital, reinvesti-los em vez de gastar faz toda a diferença no longo prazo. Esse hábito potencializa o efeito dos juros compostos — ou seja, o dinheiro começa a gerar lucro sobre o lucro acumulado. 

Com o tempo, esse crescimento se torna exponencial, o que pode antecipar sua independência financeira e aumentar significativamente seu patrimônio, mesmo sem novos aportes mensais.

8. Acompanhe e ajuste ao longo do tempo

O desempenho dos investimentos pode variar com o passar dos meses — seja por mudanças no cenário macroeconômico, nas taxas de juros ou até nos seus próprios objetivos. Por isso, é fundamental revisar a carteira com regularidade e fazer os ajustes necessários. 

A Nord pode te ajudar nesse processo com análises atualizadas, relatórios estratégicos e recomendações pensadas para diferentes momentos do mercado.

Qual a diferença entre dividendos e JCP?

Tanto os dividendos quanto os JCP são formas de remuneração em dinheiro para quem investe em ações. A principal diferença entre eles está na tributação e na finalidade para a empresa.

Enquanto os dividendos são isentos de Imposto de Renda para o investidor pessoa física, os JCP sofrem retenção de 15% na fonte. Ou seja, o valor creditado já vem com o imposto descontado.

Do ponto de vista das companhias, o JCP é vantajoso do ponto de vista fiscal, pois pode ser contabilizado como despesa financeira, o que reduz o lucro tributável da empresa. Por isso, algumas optam por usá-lo como estratégia para pagar menos impostos.

Qual é a diferença entre rendimento e dividendo?

Rendimento é um termo mais amplo. Ele representa qualquer retorno financeiro que um investimento gera ao longo do tempo — pode vir de juros, aluguel, valorização de ativos ou dividendos.

Dividendos, por sua vez, são uma forma específica de rendimento. Eles correspondem à parcela do lucro distribuída por empresas a seus acionistas, geralmente em dinheiro ou novas ações.

Em resumo: todo dividendo é um rendimento, mas nem todo rendimento é um dividendo.

O que é dividend yield e como calcular?

O dividend yield é um indicador que mostra o retorno que um investidor recebe em forma de dividendos em relação ao preço atual da ação, como mencionado. Em outras palavras, ele revela quanto dinheiro você ganha em dividendos para cada real investido na ação, expressando esse valor em porcentagem.

Passo a passo para calcular o dividend yield

  • Identifique o valor do dividendo pago por ação: é o montante que a empresa distribui ao acionista por cada ação que ele possui.
  • Verifique o preço atual da ação: é o valor pelo qual a ação está sendo negociada no mercado naquele momento.
  • Divida o valor do dividendo pelo preço da ação: assim, você sabe a proporção do retorno em dividendos.
  • Multiplique o resultado por 100 para obter a porcentagem.

Confira a fórmula completa a seguir:

Dividend Yield = (Dividendo por ação / Preço da ação) × 100

Exemplo prático

Suponha que uma empresa pague um dividendo de R$ 2 por ação, e o preço atual da ação seja R$ 50. O cálculo do dividend yield seria:

  • Dividendo por ação: R$ 2;
  • Preço da ação: R$ 50.

Aplicando na fórmula:

(2 / 50) × 100 = 4%.

Isso significa que o investidor recebe 4% de retorno em dividendos sobre o valor investido naquela ação.

 Fórmula do dividend yield: cálculo do retorno em dividendos sobre o preço da ação

Datas importantes para receber dividendos

Para entender quando e como você recebe dividendos, é fundamental conhecer algumas datas-chave do processo. Cada uma delas tem um papel específico na distribuição dos lucros aos acionistas.

Data de declaração

É a data em que a empresa anuncia oficialmente o pagamento de dividendos, incluindo o valor que será distribuído e as demais datas relevantes. Essa informação é divulgada ao mercado para que os investidores saibam o que esperar.

Exemplo: em 19 de fevereiro, a Vale declara que pagará R$ 2,14 por ação como dividendo.

Data-com

Também chamada de “data de compra com direito a dividendos”. Quem comprar as ações até essa data terá direito a receber o pagamento anunciado.

Exemplo: se a data-com for 7 de março, quem adquirir ações até essa data receberá os dividendos.

Data-ex

A data-ex é o primeiro dia em que as ações são negociadas sem o direito aos dividendos anunciados. Ou seja, quem comprar as ações a partir desse dia não terá direito ao pagamento.

Exemplo: se a data-ex for 10 de março, quem comprar ações nesse dia ou depois não receberá o dividendo.

Data de pagamento

É o dia em que a empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas que tinham direito, geralmente por depósito na conta da corretora.

Exemplo: em 14 de março, a Vale realizará o pagamento de R$ 2,14 por ação aos investidores elegíveis.

Conte com a Nord Investimentos para investir com embasamento. Aqui, nossas análises ajudam você a montar uma carteira sólida, com foco em dividendos e visão de longo prazo.

É possível viver de dividendos?

Viver exclusivamente da renda gerada por dividendos é um objetivo possível, mas que exige planejamento e disciplina. 

O capital necessário para isso depende do quanto você pretende receber por mês e do retorno médio esperado da sua carteira. 

Em geral, ações de boas pagadoras de dividendos oferecem entre 4% e 6% ao ano. Ou seja, para gerar uma renda mensal de R$ 5 mil — ou R$ 60 mil por ano — com um retorno de 5% ao ano, o investidor precisaria acumular aproximadamente R$ 1,2 milhão em ativos.

Esse valor, claro, pode variar conforme o desempenho da carteira, mas serve como referência para quem busca a independência financeira por meio de renda passiva. 

O perfil de investidor mais adequado a essa estratégia é o de alguém com foco no longo prazo, tolerância a oscilações do mercado e disciplina para reinvestir os dividendos até atingir o patrimônio necessário. Não se trata de uma promessa de enriquecimento rápido, mas de uma construção gradual, feita com consistência e visão de futuro.

Vale a pena reinvestir os dividendos?

Sim, reinvestir os dividendos é uma das formas mais eficientes de acelerar o crescimento do patrimônio. Esse hábito ativa o poder dos juros compostos, ou seja, o dinheiro passa a trabalhar por você de forma exponencial ao longo do tempo.

Isso porque, ao reinvestir os dividendos recebidos, você compra mais ações ou cotas de fundos, aumentando sua base de ativos. Dessa forma, os próximos dividendos serão maiores, já que virão de um volume maior de investimentos.

Exemplo de evolução com reinvestimento

Imagine um investidor que aplica R$ 50.000 em ações com dividend yield de 5% ao ano, e que reinveste os proventos todos os anos:

  • Ano 1: recebe R$ 2.500 em dividendos e reinveste, totalizando R$ 52.500 investidos.
  • Ano 2: recebe R$ 2.625, reinveste e soma R$ 55.125.
  • Ano 5: já terá cerca de R$ 63.800 acumulados.
  • Ano 10: o valor ultrapassa R$ 81.400 — sem novos aportes.

Ou seja, ao longo dos anos, os dividendos geram mais dividendos e a carteira cresce de forma consistente.

Quais as 3 melhores ações para investir hoje?

Agora que você já entende como os dividendos funcionam e por que são tão importantes para quem busca renda passiva, separamos três ações recomendadas pela Nord que se destacam pela qualidade, previsibilidade e alto potencial de distribuição de proventos.

Elas fazem parte da carteira Nord Dividendos, recomendada por analistas com foco em geração de renda no longo prazo. Mesmo em um cenário desafiador para a economia, essas empresas se mostram resilientes e com alto potencial de valorização.

BB Seguridade (BBSE3)

A empresa de seguros ligada ao Banco do Brasil é uma das mais consistentes pagadoras de dividendos da Bolsa. Com distribuições semestrais e resultados recorrentes, a expectativa é que BBSE3 feche o ano com um dividend yield acima de 11%.

A companhia já anunciou a distribuição de R$ 3,8 bilhões em proventos no segundo semestre — o que equivale a aproximadamente R$ 1,88 por ação. E mesmo com esse nível de pagamento, suas ações seguem negociando a múltiplos atrativos, em torno de 8 vezes o lucro. Uma excelente opção para quem busca previsibilidade de renda.

PetroReconcavo (RECV3)

Com mais de duas décadas de experiência no setor de óleo e gás, a PetroReconcavo se consolidou como uma das queridinhas para quem investe com foco em dividendos. A empresa tem uma operação estável, geração de caixa robusta e baixa alavancagem — uma combinação perfeita para manter altas distribuições de lucros.

A expectativa é que o dividend yield chegue a 11% até o final de 2025, com a ação negociando a apenas 3x o EBITDA e 7x lucros. O modelo de negócios resiliente e a disciplina financeira tornam a RECV3 uma excelente escolha para compor uma carteira de renda.

Kepler Weber (KEPL3)

A Kepler é uma empresa centenária do setor agro e líder em armazenagem pós-colheita de grãos no Brasil e na América Latina, com cerca de 40% de market share. Mesmo com um cenário desafiador para o produtor rural, a empresa tem entregado resultados sólidos.

Para 2025, a expectativa de safra recorde no Brasil e os investimentos em outros mercados devem sustentar os lucros e manter os proventos em patamares atrativos. KEPL3 tem dividend yield projetado de 9% e está sendo negociada a múltiplos baixos, cerca de 8x lucros — o que reforça o potencial de valorização e distribuição.

Assine Nord Dividendos e faça seu dinheiro trabalhar!

Se você busca investir com foco em renda passiva, contar com análises independentes faz toda a diferença. A Nord Investimentos é uma casa de análise sem vínculo com bancos ou corretoras, o que garante recomendações baseadas exclusivamente em fundamentos — como o histórico de lucros, saúde financeira das empresas e consistência no pagamento de dividendos.

Com a assinatura da série Nord Dividendos, você tem acesso a uma carteira recomendada atualizada, relatórios detalhados e alertas com novas oportunidades. Tudo pensado para ajudar você a tomar decisões mais conscientes e seguras — e ver seu patrimônio crescer com o tempo.

Conte com a Nord para transformar seus dividendos em uma fonte real de renda recorrente, com embasamento técnico e foco no longo prazo.