Cosan (CSAN3) amarga prejuízo de R$ 1,8 bi no 1T25 e ações caem
Mercado penaliza ações da Cosan após resultados abaixo do esperado e companhia encerra entre as maiores quedas do dia
As ações da Cosan (CSAN3) fecharam o pregão desta sexta-feira, 16, em queda de -1,94%, negociadas a R$ 7,57. A desvalorização reflete o aumento do prejuízo líquido, para R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre de 2025, contra um prejuízo líquido de R$ 192 milhões no 1T24.

O principal destaque do primeiro trimestre foi, mais uma vez, o desempenho negativo de sua controlada Raízen (RAIZ4).
Vale ressaltar que a Cosan é uma holding que tem no seu portfólio as empresas Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4), Compass, Moove e Radar. Dessa forma, os seus resultados são apurados por meio da equivalência patrimonial.
O Ebitda sob gestão da Cosan totalizou R$ 5 bilhões no 1T25, representando uma queda de -30% na comparação anual. Esse resultado refletiu principalmente o recuo de -53% do Ebitda da Raízen no 4T24.
Outro destaque entre as controladas ficou para os resultados fracos da Rumo no 1T25, que reportou uma leve queda de -3% para o Ebitda na comparação anual.
Do lado positivo, tivemos o desempenho da Compass, que entregou uma alta de +45% para o Ebitda, refletindo os maiores volumes de gás natural distribuído e as melhores margens.
No 1T25, a equivalência patrimonial da Cosan foi um resultado negativo de R$ -766 milhões, ante um resultado positivo de R$ 539 milhões no mesmo trimestre do ano passado. Esse desempenho se deu pelos resultados negativos da Raízen, Rumo e Moove, e da venda da participação da Vale (VALE3) — que impactou positivamente o 1T24.
O prejuízo líquido totalizou R$ 1,8 bilhões, refletindo os fatores mencionados anteriormente e o resultado financeiro negativo no período.
Um dos pontos de atenção da Cosan fica para a sua estrutura de capital. No 1T25, a dívida líquida ficou em R$ 17,5 bilhões, uma redução em relação aos R$ 23,5 bilhões do 4T24.
Essa redução do endividamento, foi resultado da entrada de recursos com a venda das ações da Vale e da reestruturação das dívidas.
Além da redução de -22% da dívida bruta, a Cosan reduziu o custo médio da dívida de CDI +1,4% para CDI +0,9% e aumentou o prazo médio de 6,1 anos para 6,4 anos.
O que esperar de Cosan (CSAN3) em 2025?
A expectativa para este ano é de reversão do prejuízo, amparada pela projeção de melhoria nos resultados das suas principais controladas, Raízen e Rumo.
A companhia segue comprometida com a redução da alavancagem. Além do desinvestimento na Vale no final do ano passado, ainda existe a expectativa para um possível IPO da Moove, venda de ativos da Raízen e da participação na Compass.
Seja como for, o risco para a tese ainda é elevado dado o cenário macro incerto.
Dividendos e JCP da Cosan (CSAN3)
A Cosan não anunciou pagamento de proventos após os resultados do 1T25. O dividend yield da Cosan (CSAN3) dos últimos 12 meses é de 5,9%.
Vale a pena comprar Cosan (CSAN3)?
Com mais de 80 anos, a Cosan passou de uma empresa produtora de açúcar e álcool para uma das maiores holdings do país, atuando nos setores de energia renovável, agronegócio, óleo e gás e mineração. No momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.