Casas Bahia (BHIA3) converte dívida e reduz alavancagem em 50%
Empresa anuncia conversão de R$ 1,6 bi de dívidas em ações e diminui alavancagem pela metade, ganhando fôlego para reestruturação
A Casas Bahia (BHIA3) anunciou um marco importante em sua reestruturação: a conversão de parte significativa de sua dívida em ações. A medida reduziu sua alavancagem financeira em cerca de 50%, marcando um novo momento para a empresa no setor de varejo brasileiro.
Casas Bahia dívida: o que mudou na estrutura da companhia
A empresa conseguiu converter R$ 1,6 bilhão de debêntures em ações, diminuindo sua alavancagem de 1,6x Ebitda para 0,8x. Esse movimento representa um ganho de fôlego importante no seu plano de recuperação operacional e financeira. Além disso, também conseguiu melhorar os prazos de outras de suas debêntures.
Segundo o Brazil Journal, as debêntures convertidas estão na mão do Bradesco e do Banco do Brasil, mas os dois bancos vão vender os papéis para outro player financeiro (identidade não revelada), que se tornará o maior acionista da empresa e terá um lockup gradativo para poder vender esta posição.
Qual a dívida das Casas Bahia hoje?
O endividamento total da Casas Bahia antes da operação era de R$ 5,8 bilhões e, após a conversão, cairá para R$ 4,3 bilhões, sendo que a dívida líquida (do caixa) diminuirá de R$ 3,4 bilhões para R$ 1,8 bilhão.

Qual o impacto da conversão de dívida para a Casas Bahia
Com essa operação, a Casas Bahia reduz o risco de insolvência no curto prazo e ganha mais liberdade para executar seu plano de reestruturação. A empresa já havia anunciado o fechamento de lojas deficitárias e o foco na recuperação de sua rentabilidade.
O CEO Renato Franklin disse em entrevista que, de imediato, a conversão das dívidas vai reduzir as despesas financeiras em cerca de R$ 230 milhões por ano.
“Tem esse ganho imediato, mas também tem ganhos que vamos capturar no médio prazo,” disse o CEO. “Hoje temos tido que usar mais a linha de risco sacado para o nosso capital de giro, que é mais cara. Com a melhora da estrutura de capital, vamos conseguir ter acesso a linhas bem mais baratas.”
O que esperar do futuro da Casas Bahia
A expectativa é de que a menor pressão financeira possa ajudar a companhia a recuperar sua rentabilidade e geração de caixa. A empresa ainda possui uma marca relevante, forte presença nacional e uma base de clientes significativa — ativos valiosos para uma retomada.
A movimentação foi bem recebida pelo mercado, com valorização das ações e maior confiança por parte dos investidores. No entanto, os próximos trimestres serão decisivos para validar a nova fase da companhia.
No ano, os papéis da varejista sobem +47%, mas chegaram a acumular uma alta de mais de +250%, devolvendo depois a maior parte do movimento. Contudo, em 12 meses, o papel ainda recua -36%. No momento, ainda mantemos a recomendação de evitar o papel.