A Brava Energia (BRAV3) informou nesta quarta-feira, 6, a monetização antecipada de US$ 260 milhões em recebíveis relacionados ao projeto FPSO Atlanta. A operação visa fortalecer a geração de caixa e otimizar a estrutura de capital da companhia, reduzindo alavancagem e antecipando liquidez futura.

O que é o FPSO Atlanta?

O FPSO Atlanta é uma plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência operando na Bacia de Santos. Com capacidade de processar até 50 mil barris de óleo por dia, tratar 140 mil barris de água e armazenar 1,6 milhão de barris, a unidade foi desenvolvida para substituir o FPSO Petrojarl I e elevar a produção da Brava Energia.

Histórico do projeto

O projeto do FPSO Atlanta avançou significativamente nos últimos meses. Em 11 de setembro de 2024, o Ibama concedeu a licença ambiental para a operação. Em 30 de dezembro do mesmo ano, a ANP autorizou o início da produção, com o primeiro óleo sendo registrado em 31 de dezembro a partir dos poços 6H e 7H. 

Os demais poços (2H a 5H) foram conectados no mês de julho de 2025, ampliando ainda mais sua capacidade operacional.

Detalhes da operação financeira

A transação financeira anunciada envolve US$ 4,5 milhões recebidos em julho e US$ 255,5 milhões em agosto, acrescidos de juros até a data da liquidação. Segundo a empresa, a operação trará um impacto positivo na geração de caixa operacional nos próximos três anos, com valor presente estimado acima de US$ 40 milhões. 

Essa estratégia faz parte de um plano de gestão de seu endividamento (liability management), que busca melhorar a saúde financeira, reduzir a dependência de financiamento externo e liberar recursos para investimentos futuros.

Produção e performance operacional

Em termos operacionais, a produção média diária da companhia atingiu 90,9 mil barris/dia em julho de 2025, superando os 87,2 mil barris/dia registrados em junho.

O campo de Papa-Terra registrou seu melhor desempenho desde agosto de 2021, enquanto Atlanta continua a apresentar uma performance acima das expectativas. Vale destacar que, após a conexão dos poços restantes, a produção da empresa atingiu 102 mil barris diários. 

Com a operação plena prevista para o segundo trimestre de 2025, a Brava Energia espera consolidar sua presença no mercado de produção offshore e aumentar sua resiliência financeira para novos projetos.