No primeiro trimestre de 2025 (1T25), o Banco PAN (BPAN4) reportou lucro líquido ajustado de R$ 230 milhões, representando um crescimento de 6% em relação ao 1T24 e de 9% frente ao 4T24. A carteira de crédito total alcançou R$ 55 bilhões, uma alta de 19% na comparação anual. Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ajustado subiu de 12,2% para 13,8%, refletindo a maior rentabilidade da operação.

Resultado forte, mesmo com inadimplência

Entre os destaques positivos, o banco apresentou crescimento expressivo nas carteiras de veículos, que avançou 30% no comparativo anual, e cartões de crédito, com uma alta de 44%. Esse desempenho compensou a fraca originação do consignado, que segue praticamente paralisada devido à inviabilidade com o teto de juros do governo.

O índice de inadimplência acima de 90 dias, no entanto, aumentou de 6,9% para 8,1%, influenciado por mudanças regulatórias (como a adoção do write-off em 360 dias) e ajustes estratégicos na cessão de crédito. 

Ainda assim, a margem financeira líquida de custo de crédito (NIM líquida) evoluiu de 6,2% para 8,9%, beneficiada por uma redução no custo de crédito, que caiu de 10,8% para 7,9% sobre a carteira média. Esse ganho de margem foi essencial para a sustentação do resultado operacional, mesmo com o cenário de inadimplência mais pressionado.

Cartões lideram receita com serviços

Em termos de receitas, o banco apresentou evolução de 5% nas receitas com serviços, totalizando R$ 414 milhões, com destaque para cartões (R$ 313 milhões), seguros (R$ 64 milhões) e crédito (R$ 99 milhões). A operação de marketplace, por outro lado, teve retração significativa, passando de R$ 150 milhões no 1T24 para R$ 57 milhões no 1T25. 

Do lado das despesas, houve redução nas despesas administrativas e de pessoal, o que contribuiu para a eficiência operacional no período.

A posição financeira do Banco PAN mostrou alguns pontos de atenção. O patrimônio líquido encerrou o trimestre em R$ 7,575 bilhões, uma queda de 6% em relação ao 4T24. 

Já o índice de Basileia recuou de 14,6% no 1T24 para 13,6% no 1T25, indicando menor folga de capital regulatório. Vale ressaltar que esse é um índice gerencial do Banco Pan, uma vez que a instituição é consolidada pelo BTG Pactual (BPAC11), seu controlador.

O que esperar do Banco Pan em 2025?

De forma geral, os resultados operacionais do Banco PAN no 1T25 foram sólidos, com aumento na rentabilidade, expansão da carteira de crédito e controle de despesas. No entanto, a elevação da inadimplência e a paralisação da originação do consignado, devido ao teto do governo, são pontos para se acompanhar.