Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) cai 21% no 1T25 e ações desabam. Vale a pena comprar?
BB registra lucro líquido de R$ 7,4 bilhões, -20,7% de baixa, impactado pelo efeito combinado de alta da Selic e do aumento da inadimplência do agronegócio; veja todos os detalhes
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuavam -12,99%, a R$ 25,62, por volta das 10h40 desta sexta-feira, 16, após a companhia entregar um balanço abaixo do consenso de mercado no primeiro trimestre de 2025
Destaques do balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 1T25
O Banco do Brasil teve uma margem financeira bruta de R$ 23,9 bilhões no 1T25, uma queda de -7,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, e um lucro líquido de R$ 7,4 bilhões, -20,7% de baixa na comparação com o ganho de R$ 9,3 bilhões no mesmo período de 2024.
O banco frustrou as expectativas do mercado no 1T25, com o agravamento da inadimplência no agronegócio, que enfrenta diversas recuperações judiciais no setor, influenciando diretamente na provisão para devedores duvidosos. Além disso, sofreu maiores impactos da resolução CMN 4.966/2021, que obriga os bancos a terem uma visão mais conservadora no reconhecimento de receitas de ativos problemáticos.

A carteira de crédito, segmento mais dependente da economia, totalizou R$ 1,3 trilhão, alta de +14,4% na comparação anual, com performance positiva em todos os segmentos de atuação: pessoa jurídica (+22%), agronegócio (+9%) e pessoa física (+7%).
A margem financeira bruta do banco, de R$ 23,9 bilhões, apresentou queda de -7,2%, diante da estabilidade da margem com clientes (+0,3%) e baixa de -34,9% da margem com mercado, influenciada por maiores receitas de derivativos no 4T24.
O custo do crédito do BB aumentou +18,9% em relação ao 1T24, em função das maiores despesas de perdas esperadas e menores recuperações de crédito, refletindo em uma margem financeira líquida de R$ 13,7 bilhões, queda de -20,1%.
Com as receitas de prestação de serviços praticamente estáveis, o crescimento de +7% nas despesas administrativas e de +17,6% nas provisões cíveis, fiscais e trabalhistas, o resultado operacional foi de R$ 9,5 bilhões (-31,4%).
Assim, após um menor impacto (-82,1%) no pagamento de imposto de renda e contribuição social, o lucro líquido no período caiu um pouco menos (-20,7%), alcançando R$ 7,4 bilhões.

O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,86%, ante 2,9%, mostrando um aumento contínuo nos últimos trimestres. Por fim, o Banco finalizou o 1T25 com ROE de 16,7% (-5 p.p.).
Quais as perspectivas para o Banco do Brasil em 2025?
Diante de resultados abaixo do esperado, o Banco do Brasil decidiu pausar algumas projeções do guidance para 2025, divulgadas no início do ano. As estimativas referentes à margem financeira bruta, ao custo de crédito e ao lucro líquido ajustado foram colocadas em revisão. Em outras palavras, é possível prever um ano mais desafiador, com obstáculos maiores do que os anteriormente estimados.

BBAS3 anuncia pagamento de R$ 1,9 bi em dividendos
O banco aprovou a distribuição de R$ 0,33 por ação (montante de aproximadamente R$ 1,9 bilhão) em JCP referentes ao 1T25, com data-com em 2 de junho e pagamento em 12 de junho de 2025.
Qual o dividend yield de Banco do Brasil (BBAS3)?
O dividend yield do Banco do Brasil (BBAS3) dos últimos 12 meses é de 10%.
É hora de comprar ações do Banco do Brasil após resultado do 1T25?
Pelo excelente histórico de retorno ao acionista, múltiplos atuais e níveis de rentabilidade, gostamos bastante do Banco do Brasil, mas com as pressões negativas vindas atualmente do agronegócio, seguimos com recomendação de compra apenas para as ações do Itaú (ITUB3) na carteira Nord dividendos.
No momento, não temos recomendação de compra para BBAS3.
Como faço para comprar ações do Banco do Brasil?
Para investir nas ações do Banco do Brasil é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker BBAS3.