Auren (AURE3) reporta prejuízo de R$ 404 milhões no 3T25. O que aconteceu?
Já a receita líquida da companhia foi de R$ 3,5 bilhões, representando um aumento de +13%. Veja os destaques do trimestre
A Auren Energia (AURE3) reportou resultados abaixo do consenso de mercado no 3T25, com uma receita líquida de R$ 3,5 bilhões, representando um aumento de +13%.
Já o Ebitda ajustado da geradora de energia ficou em R$ 772,7 milhões, baixa de -10%, enquanto o prejuízo foi de R$ -403,7 milhões, ante um lucro líquido de R$ 197,2 milhões no 3T24.
Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.
Destaques resultados 3T25 Auren (AURE3)

No 3T25, a receita líquida da Auren atingiu R$ 3,5 bilhões, um crescimento de +13%, impulsionada, principalmente, pelo maior volume de energia comercializada e pelo aumento menos expressivo na receita de geração.
Vale lembrar que os números do 3T24 foram apresentados em uma visão ajustada, considerando as operações combinadas da AES Brasil.
Mesmo com a queda de -2% nos custos e despesas de PMSO (pessoal, material, serviços e outros), os impactos negativos do curtailment (cortes de geração) e do GSF (energia gerada/garantias físicas) no trimestre resultaram em uma queda do Ebitda ajustado, de +10%, totalizando R$ 772,7 milhões.
Além disso, com o resultado financeiro (negativo) subindo +82%, refletindo maiores pagamentos de juros de dívida, além da alta de +21% na linha de depreciação e amortização, o resultado final foi de um prejuízo de R$ -403,7 milhões, ante um lucro líquido de R$ 197,2 milhões no 3T24.

Por fim, devido em grande parte à aquisição da AES Brasil, a dívida líquida alcançou R$ 19 bilhões, fazendo com que a sua alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda) permanecesse elevada em 4,9x (vs. 5,7x no 4T24).
Quais as perspectivas para a Auren?
Todas as atenções continuam voltadas à incorporação da AES Brasil (AESB3), adquirida em maio de 2024. Após essa operação, a Auren somou um portfólio de 39 ativos operacionais e em construção, que totalizam 8,8 GW de capacidade instalada.
Como empresa combinada resultante, a Auren se tornou a 3ª maior empresa geradora de energia do Brasil, com diversificação de fontes renováveis.
A agregação de capacidade de geração também cria vantagem competitiva no segmento de comercialização, consolidando a Auren como a maior comercializadora de energia do Brasil.
Com o aumento em potencial de geração de valor no curto prazo, a companhia já estima sinergias corporativas de R$ 1,2 bilhão, além de outras sinergias operacionais e financeiras a serem capturadas nos próximos anos.
O esperado é que a combinação dos ativos e o equilíbrio de fontes do novo portfólio da Auren possam contribuir para um possível processo de desalavancagem financeira — uma das principais preocupações da transação, já que sua alavancagem aumentou consideravelmente.
Dividendos e JCP de AURE3
A companhia não anunciou novos pagamentos de proventos juntamente com os resultados. O dividend yield dos últimos 12 meses é de menos de 1%.
Vale a pena comprar ações da Auren após 2T25?
Apesar do potencial crescimento futuro com a compra da AES Brasil, a transação elevou drasticamente a alavancagem da Auren para quase 5x.
Assim, a expectativa pode ser positiva quanto ao aumento da capacidade operacional, mas negativa em relação ao seu lucro líquido, fluxo de caixa e, consequentemente, aos pagamentos de dividendos daqui para frente.
Sendo assim, não temos recomendação de compra para AURE3 no momento.

