A Auren Energia (AURE3) reportou resultados acima do consenso de mercado no 1T25, com uma receita líquida de R$ 2,95 bilhões, representando um aumento de +34%.

Já o Ebitda ajustado da geradora de energia ficou em R$ 1,2 bilhões, alta de +66%, enquanto o lucro líquido foi de R$ 54 milhões, baixa de -64%.

Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.

Destaques resultados 1T25 Auren (AURE3)

 Resultados AURE3 1T25. Fonte: Auren RI

No 1T25, a receita líquida da Auren atingiu R$ 2,95 bilhões, um crescimento expressivo de +34%, impulsionada, principalmente, pelo maior volume de energia comercializada e pelo aumento de receita em geração, refletindo maior volume e preço médio.

Com seus principais custos e despesas (PMSO – pessoal, material, serviços e outros) caindo -2,3%, o Ebitda ajustado totalizou R$ 1,2 bilhão, alta de +66%.

Além disso, o resultado financeiro (negativo) teve uma alta de +107% e, assim, o seu lucro líquido registrado foi de R$ 54 milhões, uma baixa de -64% em relação ao mesmo período do ano passado.

Por fim, devido em grande parte à aquisição da AES Brasil (AESB3), a dívida líquida alcançou R$ 18,9 bilhões (+47%), fazendo com que a sua alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda) atingisse 5,0x (vs. 3,8x no 1T24).

Quais as perspectivas para a Auren em 2025?

Todas as atenções continuam voltadas à incorporação da AES Brasil, adquirida em maio de 2024. De agora em diante, a Auren contará com um portfólio de 39 ativos operacionais e em construção, que somam 8,8 GW de capacidade instalada. 

Como empresa combinada resultante, a Auren se tornou a 3ª maior empresa geradora de energia do Brasil, com diversificação de fontes renováveis. 

A agregação de capacidade de geração também cria vantagem competitiva no segmento de comercialização, consolidando a Auren como a maior comercializadora de energia do Brasil.

Com o aumento em potencial de geração de valor no curto prazo, a companhia já estima sinergias corporativas de R$ 1,2 bilhão, além de outras sinergias operacionais e financeiras a serem capturadas nos próximos anos.

O esperado é que a combinação dos ativos e o equilíbrio de fontes do novo portfólio da Auren possam contribuir para um possível processo de desalavancagem financeira — uma das principais preocupações da transação, já que sua alavancagem aumentou consideravelmente.

Dividendos e JCP de AURE3

A companhia não anunciou novos pagamentos de proventos juntamente com os resultados. O dividend yield dos últimos 12 meses é de 1%.

Vale a pena comprar ações da Auren após 1T25?

Apesar do potencial crescimento futuro com a compra da AES Brasil, a transação elevou drasticamente a alavancagem da Auren para 5x.

Assim, a expectativa pode ser positiva quanto ao aumento da capacidade operacional, mas negativa em relação ao seu lucro líquido, fluxo de caixa e, consequentemente, aos pagamentos de dividendos daqui para frente.

Sendo assim, não temos recomendação de compra para AURE3.