Não adianta me criticar ou me chamar de mentiroso. Não fui eu que inventei que a geração de caixa da PRIO (PRIO3) vai triplicar, peguei de uma entrevista do Roberto Monteiro, CEO da PRIO.

 Fonte: O Globo

Ele estava comentando sobre como a PRIO acabou de adquirir os 60% restantes do campo de Peregrino (+60 mil barris) e aguarda o Ibama para produzir em Wahoo (+40 mil barris).

Sim, são mais 100 mil barris. A produção dobra e o resultado triplica.

Ação da PRIO dispara +1.300% em 6 anos

Eu sei que você já ganhou muito dinheiro com a PRIO (PRIO3). Vou explicar aqui para os novatos que ainda acham que a Petrobras (PETR4) é a melhor petroleira do Brasil.

A PRIO é uma petroleira júnior que adquire campos já explorados, reduz os custos de extração e gera uma tonelada de caixa (dinheiro) para comprar novos campos.

Desde que compramos PRIO3 no início de 2019, seus resultados se multiplicaram (+2.832%) e as ações subiram 14x (as cotações seguem os resultados).

 Fonte: Bloomberg, Nord Investimentos

Tudo isso é, basicamente, resultado de sua produção de petróleo, que passou de 16 mil barris para os atuais 100 mil barris por dia.

A diferença que você vê entre o Ebitda e PRIO3 é o resultado da oportunidade que descrevo abaixo. Acompanhe comigo.

O que está acontecendo com as ações da PRIO hoje?

A PRIO fazia o que sempre fez bem: comprava campos, aumentava a produção e gerava resultados.

Mas, no final de 2023 (quando as ações pararam de subir), quatro eventos tiveram início:

  • Petróleo bateu US$ 95 e começou a cair (hoje está em US$ 66).
  • Ibama entra em greve e atrasa a liberação de manutenções de campos.
  • Ibama (ideológico) atrasa mais de dois anos a licença para o campo de Wahoo.
  • Juros sobem para 15% a.a., o fluxo some e o mercado fica super curtoprazista.

O primeiro e quarto problema são alheios à companhia, o petróleo cai e os juros sobem e não há nada que possamos fazer sobre isso.

Mas o segundo e o terceiro problema causaram a queda de produção abaixo:

 Evolução da produção. Fonte: Prio RI

A PRIO produzia mais de 100 mil barris no 4T23 e, com o declínio natural dos campos, atraso nas licenças de manutenção e na liberação da licença de Wahoo, a produção caiu para menos de 70 mil barris.

As barras na cor cinza representam o campo de Peregrino, que (ainda) não é operado pela PRIO. Ou seja, opera com um custo muito mais alto e gera muito menos resultados.

Impacto do Ibama e dos juros nos resultados

Até o presidente Lula ficou enfurecido com a demora do Ibama em avaliar projetos para a Petrobras.

 Fonte: CNN

Claro que o Ibama deve, sim, controlar os impactos ambientais e regular a exploração de petróleo na costa brasileira. Mas a ideologia de seus burocratas foi longe demais.

Nem vou comentar que foi o próprio presidente quem indicou a ministra do Meio Ambiente que, por sua vez, indicou o presidente do Ibama.

2T25: o pior trimestre da história da PRIO

O grande diferencial da PRIO é que sua produção crescia tão rapidamente que os resultados melhoravam continuamente, mesmo com petróleo caindo. Mas o Ibama quebrou a espinha dorsal do maravilhoso crescimento da companhia.

Então, finalmente, o órgão liberou as anuências — e a PRIO parou os campos no 2T25 para recuperar a produção.

Resultado: receita -30%, Ebitda -50% e lucro -44% — horroroso, como imaginávamos.

 Fonte: Bloomberg, Nord Investimentos

Notícia ruim: os resultados foram horrorosos.

Notícia boa: a produção volta a crescer.

Produção deve dobrar e lucro triplicar até 2026

Não é novidade para ninguém. Todo mundo sabe que a produção dobra e o resultado triplica — saiu até no jornal. O problema é quando.

Wahoo (+40 mil barris) já atrasou dois anos e a PRIO indica que só deverá começar a produzir em março de 2026.

Os 60% do campo de Peregrino dependem da aprovação da ANP, mas a vendedora (Equinor) talvez empurre o closing da operação para janeiro ou julho de 2026.

Sim, é frustrante. Sim, é angustiante. Sim, é desesperador.

No entanto, o próximo movimento de PRIO3 pode ser explosivo. Reiteramos recomendação de COMPRA.