Entre os 1.158 fundos de ações abertos à captação no Brasil, duas empresas dominam as carteiras dos maiores gestores: Equatorial (EQTL3) e PRIO (PRIO3). O levantamento do Investnews revela que essas companhias não ocupam essas posições à toa — ambas apresentam fundamentos sólidos e perspectivas de crescimento. 

De acordo com os dados mais recentes, a Equatorial está presente em 40% das carteiras e acumula valorização de +34,5% no ano. Já a PRIO aparece em 30% dos fundos, com alta de +6% no mesmo período.

No entanto, na Nord, só uma delas é nossa preferida.

Por que PRIO e Equatorial se destacam entre os fundos?

Ambas têm caixa forte, controle rígido da dívida e capacidade de crescer sem depender de crédito caro. A diferença está no destino do capital: a Equatorial distribui dividendos generosos, graças à previsibilidade dos negócios em energia e saneamento, enquanto a PRIO reinveste com precisão cirúrgica, ampliando a produção e comprando ativos estratégicos com ROI alto.

Equatorial e PRIO: modelos distintos, eficiência semelhante

Apesar de operarem em setores diferentes — energia e saneamento no caso da Equatorial, e petróleo no da PRIO — ambas são empresas eficientes, lucrativas e com baixa dependência de crédito.

A Equatorial entregou uma receita operacional líquida de R$ 11,7 bilhões no 1T25, um aumento de +18,3% sobre o mesmo período de 2024. O crescimento, no entanto, veio acompanhado de um desafio: a margem bruta ajustada subiu apenas +2,9%, pressionada pelo custo da energia elétrica. Mesmo assim, a companhia manteve sua alavancagem sob controle — 3,2x o Ebitda — sem comprometer sua saúde financeira.

A PRIO fez o que o mercado esperava: entregou uma receita líquida de US$ 696 milhões no 1T25 (+15%), um Ebitda de US$ 447 milhões, mesmo com uma queda pontual de -4% e lucro de US$ 345 milhões (+54%).  A dívida líquida da companhia encerrou o trimestre em US$ 2,4 bilhões, grande aumento na comparação anual por conta do pagamento dos 40% adquiridos em Peregrino, mas leve queda em relação ao trimestre anterior, ainda assim, representando apenas 1,3x o Ebitda da empresa.

A temporada de balanços do 2º trimestre de 2025 (2T25) está prestes a começar no dia 22 de julho de 2025. Acesse agora a cobertura completa dos resultados.

O que cada uma está fazendo agora?

A Equatorial expandiu sua atuação ao adquirir participação na Sabesp, além de transformar concessões regulatórias, como Cemar e Celpa, em ativos rentáveis com bases regulatórias de R$ 8–9 bi.

A PRIO, por outro lado, aproveita sua eficiência operacional e baixo custo de produção para gerar fluxo de caixa robusto. O Banco Safra projeta yield de 14% a 25% para 2025–2026 e eleva a produção de ativos como Peregrino, com meta de 200 mil boepd (barril de óleo equivalente por dia).

Defensiva ou growth: qual estilo seguir?

A Equatorial é considerada um papel defensivo, com fluxo de caixa estável, atuação em saneamento e energia. Já a PRIO se destaca por sua geração de caixa forte, baixa sensibilidade a quedas de petróleo e valuation descontado.

Empresas que reinvestem em crescimento, saneamento (Equatorial) ou extração eficiente (PRIO) tendem a ter vantagem competitiva.

Por que escolhemos PRIO como favorita

Enquanto a Equatorial caminha com passos firmes, a PRIO corre com convicção. E o melhor: está subvalorizada. Isso não é comum em um papel com esse nível de geração de caixa e retorno potencial.

Nesta semana, o Ibama concedeu a Licença Prévia para a interligação dos poços do campo de Wahoo — um passo essencial para a PRIO. 

A expectativa agora é que a Licença de Instalação saia nas próximas semanas. O primeiro óleo deve jorrar no início de 2026, a depender da emissão da Licença de Operação definitiva.

Mesmo com essa notícia relevante, a reação do mercado foi positiva, mas tímida. As ações subiram, mas sem empolgar. 

Desde setembro de 2023, quando a PRIO anunciou a compra dos primeiros 40% de Peregrino (com produção semelhante à que Wahoo adicionará) e, depois, a aquisição total — levando a uma adição 2,5x maior do que a de Wahoo à produção — o papel segue andando de lado. 

A ação da PRIO (PRIO3) parece subvalorizada, mesmo após importantes avanços operacionais. Fonte: Bloomberg

Ou seja, o mercado está ignorando a evolução dos fundamentos da empresa. E isso abre uma enorme janela de oportunidade no papel.

Conclusão: a melhor oportunidade está onde poucos estão olhando

A Equatorial é excelente. Mas a PRIO pode ser transformadora para quem comprar nos preços atuais.

A PRIO3 negocia a menos de 6x Ebitda e vai mais do que dobrar sua produção até o fim de 2026, levando em consideração apenas os ativos que já possui dentro de casa. 

Depois disso, a empresa irá dar sequência à sua excelente estratégia de adquirir e revitalizar campos maduros, com a intenção de chegar ao patamar de 300 a 500 mil barris/dia no médio prazo (produz 100 mil barris/dia atualmente). 

Dessa forma, continuamos confiantes de que o papel é uma das melhores oportunidades da Bolsa.

E você, vai seguir os fundos ou se antecipar a eles?