A pedido de muitos que responderam ao meu último e-mail, trouxe minha análise sobre duas queridinhas dos investidores de dividendos: Taesa (TAEE11) e ISA Energia (ISAE4).

As duas empresas atuam no setor de energia, especialmente no segmento de transmissão.

Como você já deve saber (e, se não sabe, ficará sabendo hoje), as transmissoras de energia são tradicionalmente reconhecidas como excelentes pagadoras de dividendos.

Mas, antes de comentar sobre cada uma, vamos entender melhor sobre o segmento.

Setor elétrico: por que atrai quem busca dividendos

Se pudesse definir o segmento de transmissão em apenas uma palavra, seria: previsibilidade.

Quando o assunto é dividendo, a previsibilidade é uma das principais características buscadas pelos investidores — afinal, é preciso saber se os proventos continuarão sendo pagos.

As transmissoras possuem essa característica por, basicamente, dois motivos: (i) seus contratos de operação têm duração de 30 anos e (ii) os mesmos são corrigidos, anualmente, por índices inflacionários (como IPCA e IGP-M).

Dessa forma, além de “garantirem” operações e receitas por longos períodos, as transmissoras ainda registram resultados que, no mínimo, acompanham a inflação ao longo dos anos. 

Obviamente, apenas características setoriais não são suficientes para uma tomada de decisão.

É por isso que estou aqui para analisar as duas principais empresas do segmento e os resultados trimestrais que ambas apresentaram nas últimas semanas. 

TAEE11: perfil da empresa e distribuição de proventos

A Taesa é uma companhia com atuação integral em transmissão — ou seja, não possui operações nos outros segmentos do setor (geração e distribuição). 

No total, a empresa possui 44 concessões vigentes, com pouco mais de 15 mil km de linhas de transmissão passando por 18 estados do país.

Vale destacar que, desde 2006, a Taesa já investiu mais de R$ 13 bilhões em suas operações, mas sem deixar os pagamentos de dividendos de lado. No mesmo período, a companhia distribuiu cerca de R$ 15 bilhões aos seus acionistas. 

Inclusive, a transmissora se encontra em fase de maiores investimentos, tendo arrematado grandes lotes nos leilões realizados pela Aneel nos últimos anos.

Para financiar esses investimentos, a Taesa vem aumentando seu endividamento e os juros da dívida que paga, o que pode acabar pressionando sua lucratividade. 

No 2T25, seu lucro líquido ficou praticamente estável na comparação anual. Mesmo sem um grande crescimento, a empresa anunciou uma nova distribuição de JCP (juros sobre capital próprio), no valor de R$ 299 milhões — o que representa 100% de seu lucro no período. 

ISAE4: a maior transmissora do Brasil

Já a ISA Energia, antiga ISA CTEEP (também conhecida como “Transmissão Paulista”), é a maior transmissora privada de energia elétrica do Brasil.

Mesmo com menos concessões em relação à sua concorrente (34), a ISA também atua em 18 estados, mas com cerca de 23 mil km de linhas de transmissão e é responsável por aproximadamente 30% de toda a energia elétrica transmitida no país.

Assim como a Taesa, a ISA Energia também se encontra em fase de investimentos, em especial para compensar o fim de sua receita de RBSE (indenizações que vêm sendo pagas pela Aneel nos últimos anos), em 2028.

Com isso, a empresa também precisou aumentar suas dívidas para investir, o que vem pressionando seu lucro líquido, que, no 2T25, registrou queda de -40%. 

Entretanto, apesar da queda em seu resultado e mesmo sem ter anunciado uma nova distribuição no trimestre (seus proventos são concentrados no primeiro semestre), a ISA também segue distribuindo bons dividendos aos seus acionistas.

Qual ação comprar em 2025: TAEE11 ou ISAE4?

Ainda que estejam em momentos um pouco diferentes, é inegável que as duas transmissoras podem ser consideradas como boas empresas — inclusive, ambas já estiveram presentes na carteira recomendada do Nord Dividendos nos últimos anos.

Contudo, no momento, temos recomendação de compra para apenas uma: a ISA Energia.

Nossa preferência começa pelo prazo médio de vencimento das concessões. Enquanto a ISA possui contratos que vencerão, em média, daqui a 21 anos, as concessões da Taesa têm um prazo médio de 14 anos, com algumas já vencendo a partir de 2030.

Além disso, mesmo com um lucro mais pressionado no último trimestre, a alavancagem (indicador de controle de endividamento) da ISA preocupa menos olhando para a frente.

Hoje, seu indicador dívida líquida/Ebitda (quanto menor, melhor) se encontra em cerca de 3,5x (e deverá atingir, no máximo, 4x antes de voltar a cair), enquanto a Taesa possui uma alavancagem de 4,1x, que pode continuar crescendo. 

Assim, com menor necessidade de adquirir novas concessões e com alavancagem mais confortável, a tendência é que a ISA mantenha rendimentos melhores do que a Taesa.

No momento, considerando as distribuições nos últimos 12 meses, a ISA Energia possui um dividend yield acima de 10%, enquanto o da Taesa está mais próximo de 8% (não é ruim, mas está abaixo da maior transmissora do país). 

Evolução do DY da ISA x Taesa desde 2021. Fonte: Nord Fundamentos

Por fim, além de um prazo médio maior de vencimento de contratos, uma menor alavancagem e um maior rendimento de dividendos, ISA Energia ainda é mais barata que Taesa.

Atualmente, ISAE4 negocia a um múltiplo EV/Ebitda de cerca de 6x e um Preço/Lucro de 5x, enquanto TAEE11 negocia a mais de 7x Ebitda e 6x lucros. 

 Evolução do EV/Ebitda da ISA x Taesa desde 2021. Fonte: Nord Fundamentos

As ações mais atrativas para investir agora

Montar uma carteira de dividendos rentável requer planejamento e uma estratégia bem definida.

É exatamente isso que o Nord+ oferece: um pacote completo com as cinco séries mais relevantes da Nord Investimentos, voltadas para quem deseja viver de renda, acumular patrimônio e investir com segurança.

Veja o que está incluído no combo:

1) Nord Dividendos: a carteira que foca em empresas lucrativas e que distribuem dividendos recorrentes, ideal para quem quer gerar renda passiva mensal. A mesma estratégia usada por investidores bilionários.

2) Nord Ações: perfeita para iniciantes e intermediários, com orientações claras da analista Danielle Lopes, que ensina como investir com confiança e preparar sua mente para o longo prazo.

3) Nord Fundos Imobiliários: guiada por Otmar Schneider, essa série revela os FIIs mais rentáveis e analisa cada nova emissão do mercado, para quem busca renda mensal e valorização.

4) O Investidor de Valor: a série comandada por Bruce Barbosa, inspirada em Warren Buffett, foca em ações descontadas e com grande potencial de valorização.

5) Nord Fundos: uma curadoria feita por Christopher Galvão com os melhores fundos de investimento do mercado, sem armadilhas nem taxas abusivas.

Ao assinar o Nord+, você terá acesso a essas cinco carteiras por apenas 12x de R$ 49 no plano anual, com 20% de desconto para novos assinantes. 

Clique aqui e ative agora o seu acesso ao Nord+.