Amazon (AMZN) dispara 10% após supera projeções de crescimento da computação em nuvem

A Amazon apresentou no 3T25 crescimento de receitas de 13% e forte aceleração da AWS com +20%, impulsionando suas ações a máximas históricas

Henrique Vasconcellos 31/10/2025 14:51 5 min Atualizado em: 31/10/2025 16:56
Amazon (AMZN) dispara 10% após supera projeções de crescimento da computação em nuvem

A Amazon (AMZN) apresentou seus resultados para o terceiro trimestre de 2025 (3T25), após o fechamento dos mercados nesta quinta-feira, 30. O mercado reagiu muito bem, com ações subindo +13% e batendo novas máximas históricas.

Quem é a Amazon e como ela ganha dinheiro

A Amazon é uma das maiores empresas de tecnologia e varejo do mundo, com atuação global em comércio eletrônico, serviços em nuvem, publicidade digital, logística e dispositivos inteligentes. A companhia começou como um marketplace online, mas se transformou em um ecossistema completo que conecta consumidores, vendedores e empresas por meio de infraestrutura digital e física. 

Seu principal motor de lucro é a Amazon Web Services (AWS), líder global em computação em nuvem, que fornece soluções de infraestrutura, dados e inteligência artificial para empresas de todos os portes. 

Além disso, a Amazon tem ampliado sua presença no segmento de publicidade digital, impulsionado pelo crescimento do varejo online e pela capacidade de monetizar a intenção de compra dos usuários em sua plataforma. 

A empresa monetiza por meio de vendas diretas, comissões de marketplace, assinaturas (como o Prime, que inclui streaming de vídeo, música e benefícios logísticos), serviços de nuvem, publicidade e soluções logísticas. 

Com grande escala operacional e foco em eficiência, a Amazon segue expandindo suas margens e reforçando sua posição como uma das empresas mais relevantes no consumo digital, computação em nuvem e infraestrutura de IA no mundo. 

Ação da Amazon dispara com reaceleração na AWS

Após a divulgação de seus resultados do 3T25, a Amazon renovou novas máximas diante da reação positiva do mercado com o forte crescimento em sua unidade de computação em nuvem, Amazon Web Services (AWS). 

As ações da empresa subiram +13% em negociações após o fechamento dos mercados.

Destaques da Amazon no 3T25

 Decomposição dos resultados do 3T25 de Amazon. Fonte: App Economy Insights

A Amazon apresentou resultados bastante sólidos para o 3T25. Suas receitas tiveram um crescimento de +13% na comparação anual, atingindo a marca de US$ 180,2 bi (o segundo maior trimestre na história da empresa). O crescimento de receitas veio levemente acima do que o mercado esperava, com números projetados na casa dos US$ 177 bi. O grande destaque foi o crescimento da AWS, vindo melhor que o mercado esperava. 

A empresa entregou um lucro bruto de US$ 91,5 bi, crescimento de +17% na comparação anual, com um ganho de margem de +2 p.p — chegando a uma margem de 51%. O lucro operacional (Ebit), não teve um crescimento tão robusto quanto às linhas acima, chegou a US$ 17,4 bi, em linha com o que havia sido no ano anterior, mas com uma pequena queda de margem. 

Contudo, o lucro operacional do 3T25 contou com duas despesas não recorrentes. Um pagamento de US$ 2,5 bi para o Federal Trade Comission e um pagamento de US$ 1,8 bi por demissões. 

Sem essas despesas não-recorrentes, o lucro operacional teria sido de US$ 21,7 bi, o que representaria um crescimento de +25% na comparação anual. 

Por fim, o lucro líquido da companhia foi de US$ 21,2 bi, um crescimento de +38% na comparação anual, com um lucro por ação de US$ 1,95. 

Resultado por segmentos

A Amazon separa os seus negócios em três categorias: América do Norte, Internacional e AWS

 Receitas e EBIT de Amazon na América do Norte. Fonte: Amazon

Na principal geografia da Amazon, a receita cresceu 11%, alcançando US$ 106 bilhões. O Ebit caiu 15% devido às despesas não recorrentes citadas acima.

 Receitas e EBIT de Amazon em mercados internacionais. Fonte: Amazon

Da mesma forma que na América do Norte, as vendas da Amazon em outros países tiveram um crescimento razoável de +14%, totalizando US$ 41 bilhões. No entanto, assim como na principal geografia, a companhia incorreu parte dos custos com demissões nesse segmento, o que resultou em uma queda de 8% no lucro operacional (Ebit).

AWS acelera e ganha protagonismo

A AWS foi o grande destaque. Após alguns trimestres de crescimento abaixo do esperado, o segmento voltou a acelerar e surpreendeu o mercado. 

 Receitas e EBIT da AWS. Fonte: Amazon

As receitas atingiram a marca de US$ 33 bilhões, um crescimento de +20% na comparação anual. Já o EBIT, mesmo com os impactos não-recorrentes, atingiu a marca de US$ 11,4 bi — um crescimento de +9%. 

Contexto competitivo e capacidade de crescimento

A AWS, além de ser o segmento mais envolvido na onda de Inteligência Artificial, é o mais importante por ser de onde vem a maior parte dos lucros. O lucro operacional da AWS, representa 65% do lucro operacional da Amazon como um todo. Mesmo suas receitas representando apenas 18% do faturamento. 

No 1T25 e no 2T25, as receitas da AWS tiveram um crescimento de +17% ao ano, o que levou o mercado a questionar a capacidade da companhia em aproveitar essa onda de crescimento da IA. 

Contudo, os resultados do 3T25 demonstraram que a empresa é capaz de acelerar seu crescimento e entregar mais, um alento para os investidores que estavam mais céticos com relação ao desempenho dela em comparação com os pares Microsoft e Google — os quais vêm registrando ritmos de expansão mais acelerados.

 Crescimento trimestral da AWS, Azure e Google Cloud. Fonte: Fiscal.ai

Além da aceleração de crescimento, a Amazon adicionou mais de 3,8 GW de capacidade computacional ao longo dos últimos 12 meses — visando atender toda a demanda que o mercado tem por data centers atualmente.  

Nossa visão

O resultado da Amazon no 3T25, excluindo os custos não-recorrentes, foi sólido. Além da AWS, os demais segmentos também apresentaram crescimento interessante.

No entanto, em nossa avaliação, a companhia ainda está buscando encontrar formas de acompanhar o crescimento das outras provedoras de nuvem, que atualmente demonstram maior alinhamento com as demandas de Inteligência Artificial. 

Permaneceremos atentos à evolução desse cenário.

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