Ações da Allos (ALOS3) sobem forte após 3º tri
Allos (ALOS3) divulga resultados do 3T25 com lucro 25% maior e ações em alta. Veja os destaques operacionais e perspectivas da empresa
As ações da operadora de shoppings Allos (ALOS3) figuraram entre os principais destaques positivos do Ibovespa nesta quinta-feira, 13, na sessão posterior à divulgação dos resultados referentes ao terceiro trimestre de 2025 (3T25). Os papéis registraram alta de +4,58%, encerrando o pregão cotados a R$ 28,33.
Lucro líquido da Allos avança 25,6% no 3T25
No 3T25, a Allos apresentou uma receita líquida totalizou R$ 679,9 milhões, representando um avanço de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda ajustado atingiu R$ 502,4 milhões, com alta de 8,5%, enquanto o lucro líquido cresceu 25,6%, alcançando R$ 125,9 milhões.

Essa melhora nas margens reflete uma combinação de expansão de receitas, ganhos de eficiência e controle de despesas operacionais.

Receita de locação e mídia impulsionam resultados
Entre os destaques positivos, a companhia reportou crescimento de 6,0% na receita de locação, puxada por reajustes contratuais acima da inflação, com destaque para o avanço de 6,5% nos aluguéis nas mesmas lojas (SSR).
O segmento de mídia teve alta expressiva de 29,0%, impulsionado pelas operações em aeroportos iniciadas no trimestre. Já o resultado com estacionamento cresceu 10,2%, explicado por reajustes de preços.
Outro ponto relevante foi a estabilidade das despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A), que, mesmo com a inflação, ficaram controladas. Em termos reais, houve redução de 14,7% em comparação a 2022.
A margem Ebitda foi de 73,9%, um aumento de 131 pontos-base, e a margem líquida chegou a 18,5%, com alta de 280 pontos-base frente ao 3T24.
O FFO por ação subiu 9,0%, beneficiado pelo desempenho operacional e pelo programa de recompra de ações em andamento desde o final de 2024.
Pontos de atenção: SSS fraco e inadimplência em alta
Por outro lado, alguns pontos negativos merecem atenção. O crescimento das vendas nas mesmas lojas (SSS) foi de apenas 2,9%, abaixo dos 6,2% registrados no 3T24, influenciado por uma base forte no segmento de cinemas no ano anterior.
A inadimplência líquida também aumentou para 0,9%, revertendo o patamar negativo de -0,5% do mesmo período do ano anterior. Além disso, a margem FFO sofreu compressão de 77 pontos-base, encerrando o trimestre em 46,0%.
Posição financeira segue sólida com baixa alavancagem
A posição financeira da Allos segue sólida. A relação dívida líquida/Ebitda encerrou o trimestre em 1,7x, considerada confortável. O custo médio da dívida ficou em 14,1% (equivalente a CDI + 0,7%), reflexo de operações de reperfilamento realizadas nos últimos trimestres. Com um caixa total de R$ 3,07 bilhões, a companhia está bem posicionada para enfrentar os vencimentos futuros.
Guidance de dividendos e Capex para 2026
Em relação às perspectivas futuras, a Allos aprovou um guidance de dividendos mensais entre R$ 0,28 e R$ 0,30 por ação para 2026, o que pode representar uma distribuição total de até R$ 1,9 bilhão entre dezembro de 2025 e dezembro de 2026.
O capex projetado para 2026 ficará entre R$ 350 milhões e R$ 450 milhões, abaixo do intervalo estimado para 2025, refletindo a priorização de projetos menores, com rápida execução e retorno mais elevado.
Cenário positivo com riscos à serem monitorados
As margens operacionais cresceram no 3T25, o lucro foi impulsionado por ganhos de eficiência, e a empresa segue com baixa alavancagem e forte geração de caixa. A estratégia de realavancagem busca destravar ainda mais valor por meio do aumento da remuneração aos acionistas.
Ainda assim, há riscos relevantes na tese de investimento, como o aumento da inadimplência, a desaceleração de indicadores operacionais como SSS e a alta exposição da dívida ao CDI (98,2%).
Por fim, os números indicam um cenário positivo, mas dependente do contexto macroeconômico.

