Descubra 2 ações de bancos favoritas da Nord
De olho no desempenho do setor bancário, analisamos os resultados dos três maiores bancos brasileiros no primeiro trimestre de 2024.
Dois deles entregaram melhorias operacionais sequenciais, levando a melhores resultados. Inclusive, diante dos resultados do 1T24, vemos um ponto de inflexão relevante em um banco.
Sumário
- Ações de bancos favoritas da Nord Research
- Não compre Santander
- Compre Itaú: Dividendos e posição de longo prazo
- Compre Bradesco: Uma posição tática da carteira
- Ações barata demais para ignorar
Ações de bancos favoritas da Nord Research
Neste artigo, explicamos tudo o que você precisa saber sobre o Santander (SANB11), o Itaú (ITUB3) e o Bradesco (BBDC4), os três bancos que divulgaram os seus resultados trimestrais até o momento.
Primeiro, vamos esclarecer onde não investir.
Não compre Santander
O Santander (SANB11) apresentou um desempenho superior ao esperado pelo mercado no primeiro trimestre de 2024 (1T24), com uma receita total de R$ 19,7 bilhões, um aumento de 14,1%. Além disso, houve um lucro líquido de R$ 3 bilhões, um aumento de 41,2%, e uma rentabilidade (ROAE) de 14,1%, ante 10,6%. Os resultados foram comparados com o 1T23.
No 1T24, os destaques foram o aumento nas comissões em receita de seguros, cartões e corretagem, além da queda gradual da PDD (provisão para devedores duvidosos).
A receita de prestação de serviços e seguros, um dos segmentos mais rentáveis do Santander, aumentou +12,8% na comparação anual, o que foi um crescimento excelente em relação aos resultados dos bancos até agora.
Há uma grande expectativa de melhoria nos resultados dos bancos ao longo do ano, devido às reduções no PDD e à recuperação do volume de carteiras de crédito. No entanto, a rentabilidade do Santander é muito inferior à do seu maior rival privado, o Itaú, que comparamos diretamente pela mesma estrutura de negócios e porte.
O Itaú tem a maior capacidade e comprovação de execução na redução de custos e aumento da rentabilidade. A preços semelhantes (~10x lucros), preferimos a diligência e a rentabilidade do Itaú Unibanco (ITUB3).
Compre Itaú: Dividendos e posição de longo prazo
O Itaú (ITUB3) fechou mais um trimestre entregando números sólidos para seus acionistas. Com o resultado apresentado, o banco manteve as suas projeções para o ano de 2024 inalteradas.
Até agora, com exceção do crescimento da carteira de crédito, todos os outros indicadores estão em linha com as estimativas, com destaque para a alta da margem financeira e o controle de custos e despesas.
No 1T24, as receitas de prestação de serviços atingiram R$ 10,85 bilhões, um crescimento de +6%, com maiores ganhos com cartões (+5%), administração de fundos (+5%) e consultoria e corretagem (+71%). Já a receita de seguros foi de R$ 2,23 bilhões (+10%). Dessa forma, o produto bancário (margem financeira + receita de serviços e seguros) totalizou R$ 40,35 bilhões (+8%). Excelentes números em duas vertentes bastante rentáveis na companhia.
A combinação de mais um aumento do seu produto bancário com uma expansão moderada dos custos de crédito (provisões) e despesas resultou em um crescimento de +16% no lucro líquido, que atingiu R$ 9,77 bilhões (mais um recorde) e contribuiu para o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) alcançar 21,9% (+1,2 p.p.).
Com o pagamento de R$ 11 bilhões em dividendos no último trimestre, o Índice de Basileia (patrimônio/ativos ponderados pelos seus riscos) recuou para -16,4% (-0,6 p.p. vs. 4T23), além de outras quedas nos seus índices de capital. Apesar disso, os índices estão mais altos na comparação anual e em níveis controlados, o que demonstra uma sólida posição de capital e liquidez.
Diante disso, percebemos que o Itaú tem plena capacidade de manter os pagamentos de dividendos na mesma ordem atual.
Com um dividend yield de 9,2% e negociando a 10x lucros (crescendo +12% ao ano), consideramos ITUB3 como uma excelente oportunidade de compra. O papel faz parte do portfólio da carteira Nord Dividendos.
Compre Bradesco: Uma posição tática da carteira
Nossa tese em Bradesco (BBDC4) é baseada em um aluno mediano, nota 6, capaz de se aperfeiçoar e entregar uma nota 8, sendo bastante reconhecido no mercado.
Após a divulgação do balanço do 4T23, o Bradesco chegou a cair -20%, o que nos pareceu bastante exagerado.
O grande choque do mercado foi que os resultados do ano de 2023 ficaram fora do guidance na maior parte dos indicadores, apesar das revisões após os dados do 2T23.
Embora a companhia tenha sido bastante vocal em suas mudanças, o mercado as ignora. Colocando em prática o guidance estabelecido, o Bradesco já mostra que começou a fazer a lição de casa com os resultados do 1T24.
No 1T24, o banco registrou resultados acima do consenso de mercado, com um lucro líquido de R$ 4,2 bilhões no 1T24, relativamente estável em relação ao 1T23 (-1,6%), e um ROE de 10,2% em comparação ao ROE de 10,6% no 1T23.
Percebemos bastante conservadorismo nas falas do novo CEO, além de um guidance bastante “pé no chão”. Se exceder as expectativas planejadas para os próximos cinco anos, a empresa pode se beneficiar dos resultados e das cotações acompanhando.
Destacamos os pontos positivos da tese envolvendo uma nova gestão para focar na reestruturação do banco, além de números que mostram que aparentemente o pior já passou.
Dos pontos de atenção, destacamos a alta remuneração da administração com (ainda) baixíssimos resultados e o foco do banco em carteiras de baixa renda (baixa retorno em relação ao investimento), o que poderá ser bastante negativo para os resultados.
É natural esperar que o CEO reforce as estratégias para ser mais eficiente e focar na redução de custos desde já, uma vez que o plano para atender à população de baixa renda demanda volume e automação para gerar grande escala (vide modelo de negócios do Nubank).
Após as ponderações, reforçamos que a posição no Bradesco é unicamente tática, com 5% da carteira, visando capturar possíveis movimentações na reestruturação, o ponto de inflexão da companhia.
Comprando BBDC4 hoje, pagamos cerca de 10x lucros por um banco que pode lucrar mais de R$ 20 bilhões, contra R$ 15 bilhões atuais.
O trade-off entre o risco e a oportunidade nos parece bastante atrativo.
Ações barata demais para ignorar
Atualmente, o Bradesco (BBDC4) é uma das empresas que integram a carteira Nord Ações e o Itaú (ITUB3) faz parte da carteira Nord Dividendos.
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