A carteira para enfrentar o índice VIX, também conhecido como 'Índice do Medo'

Setembro pode ser um mês volátil para o mercado de ações nos Estados Unidos. Entenda o cenário atual e a relação com o índice VIX

Cesar Crivelli 09/09/2023 08:00 3 min
A carteira para enfrentar o índice VIX, também conhecido como 'Índice do Medo'

93 dias de espera

O mercado de ações nos Estados Unidos tem se mostrado bastante animado, apesar do forte aumento na taxa de juros por lá desde o ano passado.

A última vez que o índice S&P 500 teve uma queda superior a -1,5% foi em 25 de abril de 2023, ou seja, durante os 93 pregões subsequentes, o índice não mostrou sequer uma mediana desvalorização diária.

Como mostra o gráfico abaixo, esse tipo de evento é um pouco raro. Nos últimos 15 anos, isso aconteceu apenas cinco vezes.

Desempenho do S&P 500 últimos 15 anos
Fonte: Goldman Sachs

Setembro, o mês vermelho

Deixamos para trás o mês do “cachorro louco” e por enquanto o mês de setembro fica dentro das expectativas.

Quando pegamos uma grande amostra, olhando o retorno médio do índice S&P 500 desde 1929, durante todos os meses do ano, observamos que setembro normalmente é um mês ruim para o mercado de ações gringo, como mostra o gráfico abaixo.

Retorno médio do índice S&P 500 desde 1929
Fonte: Leverage Shares

O que é índice VIX

O índice VIX, conhecido por ser o índice do medo, que leva em consideração a volatilidade dos mercados, também segue dentro do padrão histórico observado nas últimas décadas.

O gráfico mostra por meio da linha cinza escura como o índice VIX se comporta, na média, ao longo dos meses do ano, considerando uma amostra superior a 30 anos.

Índice VIX considerando amostra superior a 30 anos
Fonte: Topdown Charts

Se o passado servir de alguma referência para o futuro é de se esperar que o índice mostre alguma alta nos próximos meses. Esse movimento só pode ser causado pelo aumento da volatilidade nos mercados, que significa movimentações rápidas negativas.

Juros seguem aumentando

Nesta semana, os juros para conseguir um financiamento imobiliário de 30 anos com taxa fixa nos Estados Unidos marcaram um novo recorde recente, chegando a 7,62%, recuando um pouco logo depois disso.

Como mostra o gráfico abaixo, estamos falando do maior patamar desde os anos 2000. A sorte é que boa parte dos estoques de financiamentos imobiliários foi feita a taxas bem mais baixas.

Gráfico de juros para financiamento imobiliário nos EUA desde 2000
Fonte: Bloomberg

Apesar disso, há uma fraqueza no mercado imobiliário americano neste momento, com compradores saindo do mercado, dado o alto custo para financiar um imóvel.

Petróleo também segue subindo

Diante do anúncio por parte da Arabia Saudita nessa semana de que o país vai estender o corte da produção de petróleo — de 1 milhão de barris diários — até o final do ano, o petróleo segue em alta, como mostra o gráfico abaixo.

Preços da cotação do petróleo no mercado internacional
Fonte: Bloomberg

Essa decisão coloca lenha na fogueira. O aumento de combustíveis nos Estados Unidos acontece muito mais rápido do que no Brasil. Lá o preço “na bomba” muda sistematicamente, seguindo de perto a oscilação do petróleo.

Com uma gasolina mais cara e o custo de energia em alta, o trabalho do Banco Central americano para manter a inflação baixa pode ficar um pouco mais difícil, exigindo que os juros fiquem no patamar atual — considerado elevado — por mais tempo, o que em nada ajuda a economia.

Navegando em águas tortuosas

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Desempenho da carteira Nord Global desde 2020

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